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Cavaco Silva: “Popularidade dos ministros não deve ser critério de avaliação do seu desempenho”

No seu novo livro “O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar”, que será lançado na sexta-feira, o antigo Presidente da República ensina a “avaliar o trabalho dos ministros”.

Estela Silva/Lusa
12 de Setembro de 2023 às 09:13
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Cavaco Silva alerta que a popularidade dos ministros não deve ser critério de avaliação do seu desempenho pelo chefe de Governo. Sem se referir a casos em concreto, no seu novo livro, que será lançado esta sexta-feira, o antigo Presidente da República considera ainda que um primeiro-ministro  não pode deixar de propor a demissão de um ministro se houver "falta de lealdade para consigo, de comportamentos reveladores de ausência de sentido de Estado" ou "de outras violações graves da ética política".


No quinto capítulo do livro "O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar", publicado esta terça-feira no Público, Cavaco Silva começa por destacar que "uma das tarefas mais complexas e delicadas do primeiro-ministro é a da avaliação do trabalho realizado por cada um dos ministros". "É um dever a que um chefe do Governo vinculado a uma ética de responsabilidade não pode furtar-se, na medida em que lhe cabe garantir a eficácia do Governo e decidir sobre os ministros que devem ser substituídos", acrescenta.


Para o antigo Presidente da República, o dinamismo revelado no cumprimento do programa do Governo e a realização dos objetivos definidos para o ministério não podem deixar de ser um critério importante, "tal como o respeito pelo princípio da solidariedade governamental". E aponta que a popularidade dos ministros, medida pelas sondagens de opinião publicadas, não deve ser critério de avaliação de desempenho com peso significativo. 


O antigo líder do PSD  e professor universitário considera ainda que "no caso de ataque intenso e persistente da oposição a um ou outro ministro, com forte repercussão na comunicação social, o primeiro-ministro deve começar por abordar o assunto em reunião de trabalho privada e pode depois decidir incluir na agenda do Conselho de Ministros a análise da execução da política do respetivo setor, para que fique claro que o que está em causa é, ou ­­não, o cumprimento do programa do Governo". E sublinha que a  "relação entre o chefe de Governo e os ministros é, em primeiro lugar, uma relação de confiança política que, em caso de rutura insanável, deve dar lugar a demissão".

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