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Cavaco Silva: PS está “à deriva e desnorteado” e “é falso que não tenhamos alternativas"

O antigo presidente da República desferiu este sábado fortes críticas ao Governo e a António Costa que, diz, tem tido uma “governação desastrosa” e a colocar o país “numa trajetória de empobrecimento”. Luís Montenegro está pronto para Governar e está até “mais bem preparado do que eu estava”, afirmou.

Vítor Mota
20 de Maio de 2023 às 19:14
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"O PSD é a única opção de voto credível" e "é falso que não tenhamos alternativas ao PS", cujo Governo, apesar da maioria de que beneficia, está "à deriva e desnorteado" e é  "especialista na mentira e na propaganda e truques", afirmou este sábado Aníbal Cavaco Silva. 


O antigo Presidente da República falava no encerramento do encontro nacional de autarcas do PSD, realizado em Lisboa, e durante quase 40 minutos passou a pente fino a atual situação política e económica do país. Cavaco Silva, que nos últimos tempos tem aparecido pouco em eventos oficiais do PSD, destacou a importância do papel dos autarcas e explicou que aceitou participar por estar "seriamente preocupado, com as consequências para o país, da governação do PS, especialmente para o futuro dos mais jovens".


Os autarcas, frisou, estão disponíveis para assumir novas funções, assim o Governo lhes dê os meios necessários para tal e conta com eles "para serem alternativa ao PS".


A Luis Montenegro deixou elogios e, também, conselhos. Olíder social democrata, que no seu entender "está mais bem preparado" do que ele próprio estava, "tem identificado bem o adversário político do PSD", que "é o PS e o seu Governo", os quais "colocaram o país na trajetoria de empobrecimento e de profunda degradação da situação política nacional". 


E é no Governo socialista que o PSD deve centrar a sua atenção, não deve desperdiçar energias com outros partidos",  avisou. Nem "responder às provocações que deles possam vir, bem como de alguns analistas políticos", sendo que "o PSD é inequivocamente a única alternativa credível ao poder socialista". 


Cavaco falou das "politicas erradas do Governo", da sua "desarticulação e desnorte, da falta de rumo e da falta de visão estratégica". São, disse, "o resultado de um primeiro ministro que perdeu a autoridade e que não desempenha as suas funções". Uma "pesada hipoteca sobre o futuro dos nossos jovens".  


"Estou seriamente preocupado com as consequências da governação do PS", que "contribuiu para o empobrecimento do país", afirmou, acrescentando que "restam apenas cinco paises entre os 27 da UE com um nível de desenvolvimento pior do que Portugal. É triste e penoso verificar que o país caminha para a cauda da Europa. E o que responde o Governo? Habituem-se".


"Sem um crescimento sustentável da economia, de 3% a 4% ao ano, não é possível responder aos desafios sociais que Portugal enfrenta", avisou o antigo Presidente. 


O PSD tem defendido as orientações certas para uma politica fiscal diferente", mas, perante a atual "manta de retalhos" é imprescindível "um estudo aprofundado" para determinar os próximos movimentos a este nível, sendo certo que o país paga atualmente mais impostod do que devia, sublinhou.


Nada escapou às críticas do antigo primeiro-minisro, nem mesmo o questionário que os candidatos a governantes passaram a ter de responder. Essas escolhas, defendeu, devem ser "da exclusiva responsabilidade" do primeiro ministro, que não deve "tentar escamotear essa responsabilidade". 


Cavaco referiu os problemas na educação, a "degradação do SNS", a "desastrosa intervenção na TAP" e as "interferências na propriedade privada", para concluir, mais uma vez, que "o Governo está à deriva e desnorteado". 


"Os membros do Governo, que deviam dar o exemplo de boa educação, não se coíbem de ultrapassarem as linhas verdadeiras", lamentou. 


Espero que o PSD nunca vá por esse caminho desprestigiante da democracia". "Há que resgatar o debate político, porque ele é importante na democracia", sendo que o Governo PS é "especialista na mentira e na propaganda e truques". 


Por tudo isto, não surpreende que "governe o país aos solavancos". Não tendo obra para apresentar, considera que é importante ter uma boa central de propaganda", declarou Cavaco. Se Guterres "deixou o país num pântano" e o de Sócrates o deixou "na banca rota", o Governo de António Costa, apesar dos muitos apoios da UE, "vai deixar ao próximo Governo uma herança extremamente pesada", concluiu.


E rematou: "O país precisa de saber que há uma alternativa sólida e serena ao PS", um futuro governo PSD presidido por Luís Montenegro terá à sua frente muito trabalho", mas, "estou convencido que, quando chegar a hora, uma nova luz se abrirá aos portugueses".

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