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Escolha de Costa Silva para desenhar recuperação criticada por militante do PS

Daniel Adrião, da tendência minoritária dos socialistas, assumiu estas posições perante a Comissão Nacional do PS, que decorreu nas instalações do Centro da Esquerda, em Lisboa.

Sérgio Azenha
04 de Julho de 2020 às 17:49
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O dirigente socialista Daniel Adrião criticou hoje a escolha do gestor Costa e Silva para coordenar o programa de recuperação económica e a presença de Aragão Azevedo no cargo de secretário de Estado da Transição Digital.

Daniel Adrião, da tendência minoritária dos socialistas, assumiu estas posições perante a Comissão Nacional do PS, que decorreu nas instalações do Centro da Esquerda, em Lisboa.

Na sua intervenção, Daniel Adrião defendeu "a necessidade de olhar para o futuro do país com outros olhos, que não exclusivamente com os olhos de um engenheiro de minas, que fez toda a sua carreira no setor do petróleo e do gás".

"E, principalmente no momento em que o grande desafio da economia mundial é a descarbonizacão, apostar em alguém que passou toda a sua vida ligado às energias fósseis, parece-me uma opção difícil de entender", declarou.

Uma alusão do dirigente socialista de Alcobaça ao presidente da Partex, que foi escolhido para desenhar o programa de recuperação económico e social pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, que se encontrava presente na reunião.

Na sua intervenção, Daniel Adrião também visou André de Aragão Azevedo, considerando "incompreensível que se faça uma espécie de outsourcing do dossier de transição digital e se entregue uma área de importância capital a pessoas que vieram diretamente de uma multinacional tecnológica para o Governo".

"Esse é o caso do secretário de Estado da Transição Digital e da responsável pela unidade de missão Portugal Digital, que este nomeou. Perante a grave crise económica e social que se avizinha, espero, sinceramente, que cada euro, das dezenas de milhares de milhões de euros que se anunciam para Portugal, seja aplicado na implementação de um plano estratégico de médio e longo prazo, com um horizonte de uma geração, capaz de lançar uma nova vaga de reindustrialização, impulsionando 'clusters' económicos e industriais", defendeu.
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