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Dos partidos à abstenção, os números que vão a jogo nas eleições autárquicas

Historicamente, o partido a conseguir mais votos neste tipo de eleições não tem variado muito, mas nem sempre mais votos significa mais câmaras. Abstenção nas autárquicas tem ficado sempre acima dos 50%.

O país vai a votos a 26 de setembro para escolher os próximos representantes do poder local.
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Mais de 9 milhões de eleitores são chamados este domingo, dia 26 de outubro, a escolher quem vai liderar, nos próximos quatro anos, as 308 câmaras do país. Um levantamento feito pelo Negócios mostra que, em termos históricos, partidos e coligações mudaram muito ao longo dos anos, apesar de haver algumas constantes. Mesmo que se tenha mantido nos últimos anos, a liderança também variou. 

Desde que se realizaram as primeiras eleições para as autarquias em Portugal, em 1976, os socialistas têm conseguido sozinhos mais votos nas autárquicas. Só nas autárquicas de 1985 é que os votos no PSD foram superiores aos do PS. Nesse ano, o PSD conseguiu 35,11% dos votos e conquistou 149 das então 305 câmaras existentes (o número total de câmaras só passou a ser de 308 a partir de 2001).

Contando com as coligações que foram sendo feitas ao longo dos anos pelos partidos com assento parlamentar, verifica-se ainda que a vitória nem sempre foi do PS. Por exemplo, nas eleições de 1979, o PS teve mais votos que os restantes partidos, mas os grandes vencedores foram os partidos de centro-direita. Em conjunto, o PSD, CDS-PP, PPM e AD conseguiram cerca de 49% dos votos. 

Mas, como estas eleições são complexas, a diferença em número de votos nem sempre se reflete em câmaras conquistadas. Por exemplo, nas autárquicas de 1976, o PS conseguiu 33,01% dos votos, enquanto o PSD ficou pelos 24,30%, mas ambos conseguiram presidir a 115 câmaras.

À esquerda, o PCP integrou sempre a terceira força política com mais votos em autárquicas desde 1982, mas nunca concorreu isoladamente. Até 1987, os comunistas foram a votos coligados com o MDP na Aliança Popular Unida (APU). Depois disso, formaram coligação com o PEV na Coligação Democrática Unitária (CDU).

O número de eleitores que não vai votar continua, no entanto, a ser um desafio. Desde 1976, a taxa de abstenção tem-se mantido acima dos 50%. Além da eleição do executivo camarário de cada autarquia, em eleições autárquicas são também escolhidos os membros das assembleias municipais e das 3.091 assembleias de freguesia.
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