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De "vazio de ideias" a potencial aliado, as reações dos partidos à nova liderança do CDS

O 29.º Congresso do CDS-PP terminou este domingo com a eleição de Nuno Melo como presidente do partido, sucedendo a Francisco Rodrigues dos Santos, e dos novos órgãos nacionais. PS, PSD, IL e Chega já reagiram à decisão.

03 de Abril de 2022 às 17:18
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O deputado e presidente da Federação de Braga do PS, Joaquim Barreto, classificou este domingo como "um vazio de ideias" o discurso do novo presidente do CDS-PP, esperando que este partido "volte a dar contributos para o sistema político".

Em declarações aos jornalistas no final do 29.º Congresso do CDS-PP, que terminou este domingo em Guimarães, Joaquim Barreto saudou o novo presidente democrata-cristão e salientou que este partido foi "importante na consolidação do sistema democrático em Portugal".

"O PS deseja que o CDS volte a dar contributos para o sistema político e a nossa democracia", afirmou, depois de este partido ter perdido representação parlamentar nas legislativas de 30 de janeiro.

Questionado sobre as críticas feitas por Nuno Melo no discurso de encerramento quer ao Governo quer ao PS, o deputado respondeu que preferia ter ouvido "propostas concretas, medidas para servir Portugal". "Infelizmente, não foi assim que aconteceu, foi um vazio de ideias, e algumas críticas pontuais. Não é o melhor caminho, não é disso que estão à espera os portugueses", criticou.

Aliança entre CDS e PSD dependerá dos seus líderes
O vice-presidente do PSD Salvador Malheiro afirmou que uma eventual estratégia entre estes dois partidos no futuro dependerá dos seus líderes. "O futuro a Deus pertence. O CDS-PP é um aliado natural do PSD, neste momento, o CDS-PP tem a sua casa arrumada e o PSD ira tê-la dentro de algumas semanas e, depois aí sim, a estratégia conjunta a acontecer depende dos seus líderes, disse o social-democrata aos jornalistas no encerramento do 29.º Congresso do CDS-PP, em Guimarães, no distrito do Porto.

Em nome do PSD, o social-democrata desejou boa sorte ao CDS-PP que tem, a partir de hoje como líder o eurodeputado Nuno Melo, frisando que a democracia portuguesa precisa daquele partido.

"É um partido responsável, reformista, com história, com excelentes quadros, com implementação nacional, até em contraponto com outras forças de direita populistas e menos responsáveis", sublinhou Salvador Malheiro. Por esse motivo, o vice-presidente do PSD espera que o CDS-PP se possa reinventar e virar a página "muito negra".

IL e Chega esperam que CDS-PP os acompanhe na oposição ao PS
Os representantes da Iniciativa Liberal (IL) e do Chega presentes no 29.º Congresso do CDS-PP esperam que o partido os acompanhe "na oposição à esquerda e ao PS". Reagindo ao discurso do novo presidente centrista, o secretário-geral da IL disse esperar que o discurso do CDS-PP seja "diferente e renovador" e acompanhe a IL no seu discurso de oposição às políticas socialistas que não têm deixado Portugal crescer.

Miguel Rangel referiu ainda que, durante este congresso tal como na recente campanha eleitoral, o CDS-PP fez "bastante foco" à IL, assim como tem acontecido com o PSD. "A IL agradece este reconhecimento do espaço não socialista, mas o nosso foco está na oposição ao Governo e ao seu escrutínio", sustentou.

Já sobre a nova direção centrista, o liberal considerou que não apresenta caras novas, mas alguns históricos. Por seu lado, o deputado do Chega, Filipe Melo, entendeu haver uma "grande diferença" entre o anterior líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, e o novo, Nuno Melo.

"Finalmente, temos um CDS-PP novamente alinhado com a direita no combate à oposição a esta maioria socialista e à esquerda", vincou. Na sua opinião, só com uma direita "forte e unida" é que será possível pôr termo ao atual mandato do PS e à sua maioria. E acrescentou: "se não fosse a anterior direção dos CDS-PP ter ostracizado o Chega, certamente o PS não teria a maioria que agora goza".
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