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David Brin: "A política nos EUA está morta"

O autor debateu com Evgeny Morozov os perigos e as vantagens de viver numa sociedade digital, concentrada em poucas empresas e todas americanas.

Paulo Duarte
12 de Junho de 2015 às 12:41
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David Brin, cientista e autor de vários livros sobre tendências contemporâneas, disse esta sexta-feira, na conferência "Admirável Mundo Novo", organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, no Porto, que "a política nos EUA está morta". Há uma "guerra cultural nos EUA. Não é um veículo para resolver problemas no país, está vazia".

 

Para o autor, vivemos em "tempos de decisões muito importantes. Temos que decidir se deixamos esta civilização adolescente continuar". Referindo-se ao livro que escreveu, "A Sociedade Transparente", Brin referiu que fala "de transparência, visto que cada ano a câmaras de filmar são mais pequenas, baratas e melhores. Sabemos que isto pode resultar em tirania. O Estado pode vigiar toda a gente. Sabemos que isto é o caminho para a destruição da civilização. E achamos que isto se altera mudando, encriptando. Mas isso na história nunca mudou nada", disse. Brin elogiou ainda os benefícios desta "sociedade transparente".

 

Por sua vez, Evgeny Morozov trouxe uma visão mais crítica do mundo digital. "Eu acho que não existe a sociedade digital. Quando olho para as tecnologias, redes sociais, Google, Airbnb, são providenciadas por quatro ou cinco companhias americanas em busca de lucro. A maneira como podem ser usadas para serem benéficas para o cidadão não é maximizada".

 

Morozov criticou as políticas na Europa e disse que nada estava a ser feito para arranjar alternativas para os cidadãos. O autor, que publicou livros como "The net delusion: the dark side of the Internet", salientou que "não tenham dúvida de que daqui a 30 anos a Google vai providenciar serviços de saúde. Mas eu quero ter uma segurança social de que possa usufruir", salientou Morozov.

 

Quanto à possibilidade de se ser "esquecido" pela Internet, Brin disse que isso era "espectacularmente doido". Morozov pensa o contrário. 

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