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Cristas pede a empresários que pensem "um bocadinho mais" antes de votar PS  

A presidente do CDS, Assunção Cristas, usou hoje uma plateia de empresários do turismo para combater uma maioria absoluta do PS nas legislativas, pedindo que "reflitam um bocadinho mais".

António Cotrim/Lusa
19 de Setembro de 2019 às 16:26
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Num almoço organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em Lisboa, Assunção Cristas contou que fala com empresários e que há lhes ouviu frases como, "mais vale que o PS ganhe sozinho do que mal acompanhado" pelos partidos de esquerda.

 

Para Cristas, esse é "um erro grande", porque "um PS sozinho é um PS reforçado que pode sempre somar com o BE, PCP ou até com o PAN, que é bastante de esquerda, como se viu nesta campanha".

 

E para "quem acha" que "é um mal menor" ter o PS a governar sozinho, a presidente dos centristas pediu que "reflitam um bocadinho mais", dando depois vários exemplos.

 

Nem é preciso fazer uma revisão constitucional, alertou, para a qual são necessários dois terços dos deputados no parlamento, porque a esquerda, em maioria, pode alterar leis importantes.

 

"Basta rever a lei de bases da saúde para acabar com os privados na saúde, que fazem uma boa gestão", afirmou, dando ainda o exemplo da educação, com a possibilidade de acabar "com a colaboração do setor privado e do setor cooperativo", ou ainda para a reversão de concessões nos transportes.

 

Algumas decisões, como reversões, sustentou, foram decididas por ministros e governantes do PS e não pelos seus aliados à esquerda, e criaram problemas de reputação ao país "a nível internacional".

 

"Nestes quatro anos, vimos isto tudo aconteceu pela mão do PS", advertiu.

 

Um "país inclinado à esquerda, não é bom para ninguém, vai-nos levar a empobrecer alegremente", disse, para dizer que é importante Portugal ter "uma visão de centro e direita" e insistiu no apelo ao voto no CDS em 06 de outubro: "Não faz sentido desperdiçar nenhum voto do espaço do centro e da direita."

 

Parte do discurso de Cristas foi passado a explicar as propostas eleitorais do CDS para a área económica, mas também a dar argumentos contra uma eventual maioria do PS ou ainda a garantir uma disputa com a esquerda em vários círculos eleitorais.

 

"Em muitos círculos eleitorais nós estamos a disputar deputados com a esquerda", afirmou, dando como exemplos os distritos de Setúbal e Santarém.

 

E desdramatizou, com estes argumentos, a disputa à direita com novos partidos como o Aliança e Iniciativa Liberal.

 

A exemplo do que aconteceu noutro almoço, em julho, na associação comercial portuguesa, Assunção Cristas foi de novo questionada por um empresário por que PSD e CDS não se entenderam numa coligação pré-eleitoral, para lhes dar mais "músculo eleitoral".

 

A explicação seguiu o raciocínio de julho, exceto a falta de sinais da parte do PSD de Rui Rio para um entendimento, e lembrou que, no passado, os dois partidos entenderam-se no Governo, mesmo disputando separados as legislativas, como aconteceu em 2011.

 

"Podia favorecer? Talvez, mas não é um impedimento", resumiu, num almoço em que admitiu que, se voltar ao Governo, poderá criar um Ministério do Turismo, a exemplo do que aconteceu no passado.

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