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Costa dramatiza e oposição alerta. Marcelo em silêncio

O regresso às reuniões entre políticos e especialistas fez-se em moldes diferentes e noutra cidade. O primeiro-ministro dramatizou e pediu responsabilidade, a direita pediu contas ao Governo e lamentou atrasos nas escolas e a esquerda pediu reforço de profissionais no ensino, saúde e lares. Marcelo entrou mudo e saiu calado.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa trocam impressões à entrada para a reunião com os especialistas na Faculdade de Medicina do Porto.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa trocam impressões à entrada para a reunião com os especialistas na Faculdade de Medicina do Porto. Paulo Duarte
07 de Setembro de 2020 às 22:02
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António Costa falou à entrada, mas Marcelo, que sempre falou à saída destes encontros, ficou em silêncio. A mensagem do primeiro-ministro foi dramática, enquanto a oposição se mostrou preocupada com a forma como a reabertura do ano escolar se está a fazer. Portanto, quem esperaria palavras de tranquilidade e esperança terá saído bastante desapontado deste encontro.

À entrada do auditório da Faculdade de Medicina do Porto, onde decorreu a reunião sobre a evolução da covid-19 em Portugal que juntou peritos, políticos e parceiros sociais, António Costa disse que o país está a entrar “numa fase crítica” devido à mudança de estação, início do ano letivo e recomeço de muitas atividades. “Vamos estar num momento crítico porque vai aumentar o número de pessoas em atividade, depois do regresso das férias, vamos entrar no outono e as aulas vão recomeçar, logo necessariamente o risco de contágio vai aumentar”, disse, citado pela Lusa.

“É um bom momento para relembrarmos a todas e a todos que, até haver uma vacina, a pandemia não passou e é essencial manter todos os cuidados, desde uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social”, referiu. E num tom mais esperançoso afirmou que se todos cumprirem as regras será possível evitar um aumento substancial da pandemia.

Da parte do PS, o número dois de António Costa veio também reforçar que “todos os cuidados” em termos de prevenção da covid-19 “devem prosseguir porque houve um aumento do número de contágios a partir de 15 de agosto”. Mas depois, o secretário-geral adjunto do PS procurou passar uma mensagem de maior confiança, em relação às escolas – cuja reabertura “está preparada ao mais ínfimo detalhe, em articulação do Ministério da Saúde com o Ministério da Educação” – e também sobre os lares – “há segurança pelo menos ao mesmo nível da que ocorre em todas as outras instituições da nossa vida coletiva”, afirmou, citando um estudo académico.

Oposição diz que Governo chegou tarde às escolas

Da oposição de direita, as críticas foram sobretudo para a reabertura do ano escolar. Do lado do PSD, vieram palavras moderadamente críticas, que se foram azedando à medida que se virava à direita no espectro político. “O Governo tem essa responsabilidade de conseguir preparar o país o melhor possível. Ninguém pede milagres, porque não há milagres, mas método e organização seguramente”, afirmou Rui Rio. O presidente do PSD considera que o Governo já “veio tarde” nas orientações às escolas, uma crítica já feita também pelo líder do CDS que disse que o Governo está a “falhar” nesta matéria. Rio diz que o grande risco para as crianças está nos transportes públicos – que classificou de “muito perigosos” – e diz que Governo e câmaras deviam assegurar o transporte para as escolas.

Mais à direita, o líder do Chega repetiu as críticas ao transporte, considerando “incompreensível” que não tenham sido tomadas medidas, enquanto o representante da Iniciativa Liberal considerou a reunião “dececionante” sem uma “única palavra” sobre a situação de contingência, de acordo com a Lusa.

À esquerda, o deputado do Bloco presente na reunião voltou a pedir o reforço do número de profissionais nas escolas, no SNS e nos lares, uma mensagem que foi também reforçada pelos Verdes.

 

Ninguém pede milagres porque não há milagres, mas método e organização seguramente. Rui rio
Presidente do PSD

 

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