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Costa: "Os portugueses gostaram da geringonça e desejam a atual solução política"

O líder do PS e atual primeiro-ministro assume o "encargo" de formar Governo com "determinação, alegria e elevado sentido de responsabilidade".

João Cortesão
07 de Outubro de 2019 às 00:15
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António Costa assumiu o "encargo" de formar Governo para os próximos quatro anos. Para o líder dos socialistas e atual primeiro-ministro o PS "ganhou as eleições e reforçou a sua posição política em Portugal", assumindo a dianteira da formação de um Executivo para a próxima legislatura.

A conclusão retirada por Costa com base nos resultados eleitorais é que "os portugueses gostaram da geringonça e desejam a atual solução política agora com um PS mais forte". O líder socialista quer renovar a "geringonça", mas abriu a porta também ao PAN, que "registou um reforço politicamente relevante", e o Livre.

No entanto, reconheceu a posição da CDU que sinalizou um fechar de porta definitivo à assinatura de novos acordos escritos, remetendo para uma análise caso a caso. Costa disse esperar uma evolução da posição dos comunistas.

Já o BE disse estar disponível para uma "solução de estabilidade" com o PS ou, em alternativa, para realizar "negociações ano a ano" que permitam viabilizar leis. Ainda assim, António Costa aproveitou para deixar um recado ao Bloco, referindo que quem mais lutou para "impedir" uma maioria absoluta do PS "tem responsabilidade acrescida" na garantia de estabilidade nos próximos quatro anos.

O socialista disse ser "desejável renovar esta solução" à esquerda, mas admitiu que tal não depende apenas do PS, mas "de todos". "É nossa missão e dever procurar uma solução estável que assegure um Governo por quatro anos", disse António Costa, argumentando que "os portugueses não deram um voto para a instabilidade, foi para a continuidade".

"Havemos de encontrar caminho para assegurar a estabilidade", disse, confiante num acordo à esquerda. Contudo, o líder do PS avisou que não são só os outros partidos que têm cadernos de encargos: "Nós também temos cadernos de encargos que assumimos com os portugueses". "Se os outros não nos acompanharem assumirão as suas responsabilidades", avisou Costa.

Esse caderno de encargos dos socialista passam por um objetivo principal de preservar o que foi alcançado nos últimos quatro anos, "sem retrocessos", e avançar com os compromissos para a próxima legislatura. Em causa está, por exemplo, o "roteiro existente para responder ao desafio climático", a estabilidade no emprego e habitação para "as famílias terem a liberdade de ter os filhos que quiserem", a promoção da educação e modernização assim como o combate à desigualdade e a pobreza, destacou Costa. 

Porém, tal terá de ser compatível com a posição europeísta do PS, a política orçamental de "contas certas" em que o défice deverá transformar-se num excedente orçamental nos próximos anos nas contas dos socialistas e ainda o compromisso de redução do rácio da dívida pública no PIB para menos de 100% até ao final da próxima legislatura. Uma das palavras mais repetidas por António Costa foi "estabilidade", algo que disse ser reconhecido externamente e que permitiu melhorar a imagem de Portugal no exterior.

Costa lamenta abstenção e ataca direita
No início da declaração, António Costa lamentou que muitos portugueses não tenham ido votar. "A elevada taxa de abstenção é um fator que deve ser motivo de reflexão por parte de todos os decisores políticos", afirmou o atual primeiro-ministro.

Após ter dado a "saudação democrática a todos os candidatos", António Costa passou ao ataque à direita: "O PSD e o CDS tiveram a maior derrota histórica da direita em Portugal". Para o líder socialista esta derrota "expressa seguramente o facto de não terem apresentado uma alternativa credível ao PS e também a rejeição que os portugueses fazem de uma campanha baseada em casos e ataques pessoais".

Em contrapartida, o PS é "um grande partido popular e um partido nacional", disse Costa, referindo-se aos 15 círculos eleitorais que o PS venceu.

António Costa também garantiu que não conta com o Chega "para nada". 

(Notícia atualizada com mais informação)
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