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Costa: "Chegou o tempo de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento"

O primeiro-ministro dirigiu-se ao país na habitual mensagem de Natal. António Costa falou sobre os incêndios que assolaram o país, mas também sobre o desempenho económico, sublinhando que o crescimento deste ano será o maior desde o início do século. E defendendo que é hora de Portugal vencer os bloqueios ao desenvolvimento, com uma aposta prioritária no emprego digno.

Pedro Elias
25 de Dezembro de 2017 às 21:03
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Como é tradição, o primeiro-ministro dirigiu-se ao país neste dia 25 de Dezembro para a mensagem de Natal.

António Costa, nesta que foi a sua terceira mensagem de Natal aos portugueses depois de em Novembro ter assinalado dois anos de Governo, recordou que 2017 "foi dramaticamente marcado pela perda de vidas humanas em incêndios que enlutaram famílias e devastaram uma grande parte do nosso território".

 

Salientando que "não esqueceremos nunca a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição desta catástrofe", acrescentou que "não esqueceremos também a coragem, o altruísmo, a entreajuda, a enorme onda de solidariedade que cresceu em todo o país, mobilizando populações e autarcas; familiares, amigos e vizinhos; bombeiros voluntários e profissionais; militares e civis; forças de segurança; escuteiros; médicos e enfermeiros. Não esqueceremos a vontade de não desistir, de não abandonar, de reconstruir o que foi destruído, de fazer renascer o que foi devastado".

 

"Disso tenho sido testemunha nas muitas visitas de trabalho que tenho feito aos concelhos atingidos. Não esqueço as pessoas que em Vila Facaia reencontraram um lar nas suas casas já totalmente reconstruídas, ou São Joaninho, onde os voluntários que reconstroem as habitações dos que ainda aguardam regressar às suas casas. Ou Oliveira de Frades, onde as empresas de madeira, dias depois do incêndio, voltaram a laborar em instalações cedidas por outras empresas. Ou Castanheira de Pêra, onde os proprietários da serração destruída tudo fizeram para continuar pagar os salários aos seus trabalhadores. Ou Vila Nova de Poiares e Góis, onde os pequenos agricultores lutam para alimentar os animais cujas pastagens arderam. Ou a Pampilhosa da Serra, onde a celebração do Natal inspira este tempo de renascer", destacou.

 

Sobre esta catástrofe, Costa disse que "agora é tempo de dar nova vida ao que o fogo consumiu. É altura de reerguer as casas destruídas, de recuperar a capacidade produtiva das empresas atingidas, de devolver o verde aos territórios e a esperança às populações".

 

"Reafirmo, perante os portugueses, o compromisso de acompanhar este esforço, o compromisso de fazer tudo o que tem de ser feito  para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como a que vivemos", afirmou o chefe do Governo, sublinhando que isso será feito através da melhoria da prevenção, alerta, socorro e capacidade de combater as chamas, mas sobretudo "concentrando-nos com persistência no que exige tempo, mas que é o mais decisivo e estrutural: a revitalização do interior e o reordenamento da floresta".

 

Os portugueses estão unidos e mobilizados para esta causa, afirmou. "É um grande desígnio de Portugal e dos portugueses. Todos juntos vamos alcançá-lo".

 

"Em todos os momentos difíceis, provámos colectivamente que somos capazes de nos superar e vencermos a adversidade. Foi assim que conseguimos virar a página da crise e dia a dia, reconstruir a nossa economia, reconquistar a nossa credibilidade internacional e refazer a esperança no nosso futuro", declarou António Costa.

 

O primeiro-ministro salientou que isso não tem sido fácil, mas que "este ano vamos ter o maior crescimento económico desde o início do século. As empresas já criaram 242 mil novos postos de trabalho, a pobreza e a desigualdade diminuíram e o país cumpriu as metas orçamentais, registando o défice mais baixo da nossa democracia, assegurando a saída do Procedimento por Défices Excessivos".

 

"Estes resultados mereceram o reconhecimento internacional, permitindo-nos diminuir o peso da nossa dívida, reduzir os seus custos, libertando recursos para podermos investir responsavelmente na melhoria do nosso sistema de ensino, do serviço nacional de saúde, na modernização do país. A descida das taxas de juro mostra que o caminho que estamos a percorrer é um caminho sólido e sustentável. É um caminho que põe os portugueses em primeiro lugar, que melhora a vida das famílias e cria condições para as empresas investirem".

 

Vencer os bloqueios ao desenvolvimento com emprego digno

 

Costa apontou que Portugal se libertou da austeridade e conquistou credibilidade, sendo agora chegado "o tempo de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento".

 

"O emprego está no centro da nossa capacidade de conquistar o futuro. Não apenas mais, mas melhor emprego. Essa é a prioridade que definimos para o ano de 2018. Emprego digno, salário justo e oportunidade de realização profissional", afirmou.

 

Segundo Costa, estas são "condições essenciais para os jovens perspectivarem o seu futuro em Portugal. Não um futuro adiado, mas um futuro alicerçado em boas oportunidades de formação e de emprego qualificado, de habitação acessível, numa sociedade dinâmica, aberta ao mundo, que garanta a liberdade de plena realização pessoal".

 

"Só assim teremos um crescimento sustentável, um país preparado para agarrar as oportunidades que o futuro nos traz e para enfrentar os desafios tão complexos do século XXI, como as alterações climáticas, a construção da sociedade digital, ou o declínio demográfico".

 

O primeiro-ministro deixou ainda uma nota de optimismo para o próximo ano, dizendo que é com a energia e vontade dos portugueses, que se unem na solidariedade com determinação, "que contamos em 2018 continuar com mais crescimento, melhor emprego, maior igualdade. É, pois, uma mensagem de confiança num futuro melhor que quero deixar nesta quadra natalícia".

 

"Só com um forte sentido de comunidade e de partilha podemos avançar, construindo um país melhor e mais justo para todos", concluiu António Costa, com desejos de Feliz Natal e um Bom Ano Novo a todos os portugueses. 

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