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Concelhia do PSD-Porto acusa Valente de deslealdade e Moreira de falta de ética

A concelhia do PSD-Porto reagiu de forma dura à aceitação por parte de Ricardo Valente, vereador independente eleito pelas listas do partido, do convite formulado por Rui Moreira para o pelouro camarário da Economia.

Negócios com Lusa 13 de Julho de 2016 às 19:56
O presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Social Democrata (PSD) do Porto, Miguel Seabra, acusou esta quarta-feira, 13 de Julho, de deslealdade o vereador Ricardo Valente, eleito pela coligação liderada pelo PSD e agora com pelouro atribuído por Rui Moreira.

Em comunicado, a concelhia do PSD ressalva que Ricardo Valente tem "legitimidade pessoal" para aceitar o convite, embora considere tratar-se de uma "deslealdade", e manifesta "surpresa pela decisão tão categórica e tão entusiasmada com que Ricardo Valente aceitou o convite" do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que, na terça-feira, anunciou ter delegado o pelouro da Economia no independente eleito pela coligação Porto Forte (PSD/PPM/MPT).

"Mais estranhamos ainda a sua decisão porque quase sempre se referiu em tom de crítica contundente ao trabalho do actual executivo camarário, no que às contas municipais diz respeito e, de forma no mínimo irónica, em relação a alguns dos seus, agora, colegas de vereação. Esta postura torna-se, pois, elucidativa sobre o grau de convicção com que se norteou", acusou Miguel Seabra.

O líder da concelhia do PSD local classificou ainda o Executivo camarário de "albergue" em que "mais um cristão-novo [se junta] a uma amálgama de raças, credos e oportunismos, sem precedentes na cidade do Porto".

"Percebemos o jogo político pouco ético do presidente da Câmara Municipal do Porto, mas entre o carácter e lealdade de processos ou um vereador, o PSD/Cidade do Porto prefere ficar com o carácter e com a lealdade. No fundo, aquilo que presta", acrescentou o PSD, que rejeitou contribuir "para o negócio da 'compra e venda' de apoios políticos".

Miguel Seabra desejou ainda "que Ricardo Valente seja feliz", mas sublinhou que o PSD vai estar atento "(e até com indisfarçável curiosidade) à mudança do 'chip' político e, consequentemente, à adopção de novas convicções, princípios e narrativas do mais recente apoiante de Rui Moreira".

Em declarações ao Observador Ricardo valente remeteu uma declaração para a próxima reunião camarária, na próxima terça-feira, mas afirmou ainda assim que o comunicado da concelhia social-democrata não dignifica o partido.

"Tenho a certeza de que há uma grande maioria de pessoas no PSD — e algumas já me contactaram — que não se revê minimamente no nível em que é escrito o comunicado. Não dignifica em nada um partido político da dimensão do PSD", disse Valente ao Observador.


Na terça-feira, a Câmara Municipal do Porto frisou que "a decisão de entregar competências a Ricardo Valente faz com que o executivo de Rui Moreira passe a ter elementos com pelouro eleitos por três candidaturas diferentes: cinco da lista independente 'Rui Moreira: Porto o Nosso Partido' (Rui Moreira, Guilhermina Rego, Filipe Araújo, Cristina Pimentel e Manuel Aranha), dois eleitos pelo PS (Manuel Pizarro e Manuel Correia Fernandes) e um eleito pela coligação 'Porto Forte', que incluía o PSD (Ricardo Valente)", realça o comunicado da Câmara do Porto.

O mesmo documento, que recordou que a Economia era um pelouro que Moreira detinha desde a eleição em 2013, sublinhou que "sem pelouros atribuídos encontram-se, neste momento, Rui Loza (independente), Carla Sousa (PS), Alberto Amorim Pereira e Ricardo Almeida (Porto Forte) e Pedro Carvalho (CDU)".

Nascido em 1968, Ricardo Valente, que votou favoravelmente o orçamento de 2016 da câmara, licenciou-se em Economia e é gestor e professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e da Porto Business School.
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