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Centeno não confirma défice de 1,2% anunciado por António Costa
Apesar de o primeiro-ministro ter dado como certo um défice orçamental em torno de 1,2%, o ministro das Finanças Mário Centeno escusou-se a confirmar este valor, dizendo tratar-se de "um número que aparece" mas ao qual não pretende "dar mais relevância do que isso".
António Costa dá como certo um défice orçamental em 2017 em torno de 1,2% do PIB, mas Mário Centeno prefere relativizar o valor final e opta por não confirmar nenhum valor.
Em declarações feitas esta segunda-feira, 8 de Janeiro, em Bruxelas, o ministro das Finanças, citado pela Lusa, afirmou que um défice de 1,2% "cumpre as restrições que foram estabelecidas nas minhas afirmações e nas do senhor primeiro-ministro, mas é só isso".
Também esta segunda-feira, no âmbito de um almoço na Fundação AEP, no Porto, o primeiro-ministro referiu-se a 2017 como um ano de "boas notícias do ponto de vista económico", adiantando que o défice ficou "francamente abaixo de 1,5%, que era a meta inicial, e que rondará seguramente 1,2% do produto do ano passado".
No domingo, na SIC, Marques Mendes também tinha antecipado que o défice se fixou no final de 2017 em 1,2% do PIB. Mas na capital belga, Centeno rejeitou comentar "um número que foi anunciado ontem no contexto de um comentário televisivo". "Não vou tecer comentários em cima desse comentário", atirou Centeno.
Todavia, ao recusar confirmar o número avançado por Marques Mendes, o ministro das Finanças está também a rejeitar validar a informação avançada pelo líder do Governo.
"Nós, pelas palavras do senhor primeiro-ministro e minhas também, no Parlamento, referimos que o défice iria ficar abaixo da meta que tínhamos estabelecido no programa de estabilidade. O número de 1,2% é um número que aparece, eu não lhe queria dar mais relevância do que isso. Cumpre as restrições que foram estabelecidas nas minhas afirmações e nas do senhor primeiro-ministro, mas é só isso", declarou Mário Centeno citado pela Lusa.
Depois de no Orçamento do Estado para 2017 o Governo ter inscrito como objectivo atingir um défice de 1,6% do produto, no Programa de Estabilidade enviado para a Comissão Europeia reviu a meta para 1,5%. Em Dezembro, Costa anunciou que o défice ficaria abaixo de 1,3%.
O ministro Mário Centeno encontra-se em Bruxelas na condição de presidente eleito do Eurogrupo, estando na capital belga para participar numa discussão acerca do próximo Orçamento da União Europeia.
Centeno, que toma posse como presidente do bloco do euro no próximo sábado, salientou como factor de optimismo o facto de na França, na Alemanha (ainda em discussões para formar governo) e na Itália (que terá eleições gerais em 4 de Março), se estar numa fase de "início de ciclos políticos", o que para Centeno pode ser um contributo para que a Europa execute as reformas necessárias a assegurar maior "convergência e crescimento".