Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Centeno: "Esquerda desviou-se para ser ultrapassada pela direita"

Ministro das Finanças deixou críticas aos parceiros de coligação e recordou que "nenhum partido com assento parlamentar" colocou a questão da reposição total do tempo de serviço dos professores "nos seus programas eleitorais".

03 de Maio de 2019 às 20:41
  • ...

O ministro das Finanças, Mário Centeno, deixou críticas ao comportamento dos partidos que formaram a coligação parlamentar com o PS, PCP e Bloco de Esquerda, para a recuperação total do tempo de serviço dos professores. Para o também presidente do Eurogrupo, a decisão da "coligação negativa" é uma "falta de respeito para com todos os eleitores, cidadãos e portugueses", relembrando ainda que "nenhum partido com assento parlamentar colocou esta matéria nos seus programas eleitorais".

"Na sua raiz, o diploma corresponde às propostas do CDS e do PSD", disse durante uma entrevista à SIC, apontando depois aos parceiros da geringonça: "O que a esquerda fez foi abster-se em boa parte do diploma para deixar passar a direita, o que ontem vimos foi a esquerda a desviar-se para ser ultrapassada pela direita, aprovando algo que não estava nas nossas posições comuns, algo que nunca foi discutido."

Centeno considera ainda que caso o diploma seja aprovado pode ter "consequências para as decisões futuras do país que os portugueses têm de se pronunciar". Isto porque, explicou, a despesa passa de 240 milhões de euros por ano para 800 milhões de euros por ano - valor que "tem uma capacidade de transformação muito grande".

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro anunciou que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global no Parlamento, prevista para 15 de maio.

"Ao Governo cumpre garantir a confiança dos portugueses nos compromissos que assumimos e a credibilidade externa do país. Nestas condições, entendi ser meu dever de lealdade institucional informar o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] e o presidente da Assembleia da República [Ferro Rodrigues] que, a aprovação em votação final global desta iniciativa parlamentar forçará o Governo a apresentar a sua demissão", declarou António Costa.

Esta advertência foi feita por Costa depois de ter estado reunido cerca de 40 minutos com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da crise política aberta com a aprovação pelo parlamento, apenas com os votos contra do PS, da recuperação do tempo total de serviço dos professores no período em que houve congelamento de progressões.

Ver comentários
Saber mais Mário Centeno Finanças PS PCP CDS PSD BE Marcelo Rebelo de Sousa António Costa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio