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CDS reage com incómodo e prudência à biografia de Passos Coelho
O CDS não vai tomar nenhuma posição oficial sobre as revelações feitas na biografia de Passos Coelho quanto à demissão de Paulo Portas, em Julho de 2013. As declarações de Diogo Feio, que mostrou incómodo com o tema, foram feitas “a título pessoal”.
A revelação de que Paulo Portas informou Passos Coelho por SMS de que se ia demitir, em Julho de 2013, foi recebida com incómodo no CDS, especialmente numa altura em que os partidos estão a tentar organizar a coligação pré-eleitoral para as legislativas do Outono. Diogo Feio, vice-presidente centrista, deu conta disso em declarações ao Diário Económico: "era bom também que o livro dissesse de que forma o primeiro-ministro informou Paulo Portas sobre o nome da nova ministra das Finanças".
O incómodo no CDS é indisfarçável, especialmente pouco mais de uma semana depois de Passos e Portas terem assinado o acordo de coligação. Mas fonte oficial dos centristas reage com prudência. "Não vai haver nenhuma reacção oficial" à biografia de Passos Coelho, e Diogo Feio "falou a título pessoal".
O Negócios contactou vários dirigentes centristas que se recusaram a comentar esta situação, embora alguns considerem que as declarações de Diogo Feio fazem sentido, tendo em conta que a biografia de Passos Coelho só conta o seu lado da história. Um outro dirigente do CDS diz que Diogo Feio falou ao Diário Económico julgando que estaria a falar em "off", ou seja, não contava que as suas palavras lhe fossem atribuídas.
Diogo Feio não quis comentar as suas declarações, mas confirmou ao Negócios que foi o próprio a fazê-las.
A polémica SMS
A biografia autorizada de Passos Coelho, intitulada "Somos o que escolhemos ser", foi escrita por Sofia Aureliano, assessora do grupo parlamentar do PSD. Nele, Passos Coelho conta, na primeira pessoa, que Paulo Portas tinha expressado, a 3 de Julho de 2013, na tomada de posse de Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças, que não estava confortável com a escolha.
Passos ficou depois a saber por mensagem escrita que Portas se tinha demitido. "Fui almoçar e quando ia a caminho da comissão permanente, às 15h00, recebi uma SMS do Dr. Paulo Portas a dizer que tinha reflectido muito e que se ia demitir".