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Santana Lopes: Cavaco Silva “tem um nome para primeiro-ministro”

Em entrevista ao jornal “Sol”, Pedro Santana Lopes considera que “o Presidente não disse tudo na quarta-feira”. Na manga está um Governo de iniciativa presidencial. Quanto a Portas e Passos, esperavam-se “reacções de outro tipo”.

Vítor Mota/Correio da Manhã
Negócios 12 de Julho de 2013 às 09:43
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Pedro Santana Lopes está convencido de que “o Presidente da República não disse tudo na quarta-feira”, o dia em que surpreendeu o País e o sistema político com o apelo a um entendimento entre os três maiores partidos. Segundo o ex-primeiro-ministro, ficou a perceber-se das palavras de Cavaco Silva que ele tem um nome para primeiro-ministro, e, mais, deseja um Governo “promovido por ele”.

 

Santana Lopes, que em 2004 viu Jorge Sampaio dissolver o Parlamento por considerar que o seu Governo tinha perdido a credibilidade, diz não compreender o racional da decisão de Cavaco Silva.

 

Ele que foi educado no sá-carneirismo, considera que se impunha uma de duas soluções: “Ou há um Governo com toda a força do mundo ou eu tenho um Governo para propor aos partidos. Se não há uma coisa nem outra, vamos para eleições”.

 

Com esta solução intermédia, “o País está com a cara que nós estamos: estupefacto. Está absolutamente estupefacto. Alguém acredita que Passos, Seguro e Portas façam um acordo que viabilize medidas de Governo até Junho de 2014”, questiona.

 

Ainda assim, há um sentido que se retira das palavras de Cavaco. “Na prática, o que o Presidente está a dizer, ao indigitar um pró-cônsul [figura para intermediar um acordo a três] é que tem uma alternativa de Governo e de primeiro-ministro”.

 

Portas e Passos deviam ter-se-demitido

 

E se Cavaco Silva não esteve bem nas opções pouco claras que tomou, também Passos Coelho e Paulo Portas deixaram muito a desejar. “Na política que eu conheço, a um discurso como o de quarta-feira [do Presidente] seguir-se-iam reacções de outro tipo”.

 

Embora não o diga directamente, em respeito ao que define como “um dever de cautela”, Santana deixa implícito que os dois governantes deviam ter pedido a demissão face ao voto de descrédito que foi evidenciado pelo discurso de Cavaco.

 

Mas “estamos a viver momentos de surrealismo político. Nada do que é previsível acontece”.

 

(Correcção: Por lapso, no antepenúltimo parágrafo estava indicado o nome de Santana Lopes, quando se trata de Passos Coelho)

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