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Cavaco Silva pede "orientações económicas" comuns, independentemente de quem governe
No seu discurso durante a sessão solene comemorativa do 10 de Junho, Aníbal Cavaco Silva deixou uma mensagem muito optimista sobre o futuro de Portugal. Recados? Apenas para os críticos e os pessimistas.
O Presidente da República elegeu hoje quatro grandes objectivos em torno dos quais deverá haver um acordo político para o futuro, seja com a actual maioria ou com um governo PS. "Se forem asseguradas orientações de política económica que permitam a realização de quatro grandes objectivos poderemos olhar para o nosso futuro com confiança, independentemente de quem governe", afirmou.
Que quatro objectivos são esses? O equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade da dívida; o equilíbrio das contas externas e o controlo do endividamento do País face ao estrangeiro; a competitividade das nossas empresas; e conseguir ter uma carga fiscal em linha com os principais concorrentes de Portugal. Só assim, argumentou Cavaco Silva, se poderá assegurar crescimento económico no futuro.
Esta foi a mensagem mais concreta do Presidente na sua segunda intervenção do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. A poucos meses das eleições, o chefe de Estado volta a referir a necessidade de pontos de contacto entre os dois maiores partidos, PS e PSD, para que a próxima legislatura seja caracterizada por estabilidade governativa.
Ao longo de um discurso em que se sublinhou expressões como "confiança" e "futuro", Cavaco Silva deixou uma mensagem muito optimista. "Não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo sobre o futuro do nosso País", sublinhou. Embora reconheça que Portugal viveu tempos muito difíceis, que a crise "deixou sequelas profundas nos portugueses" e que "muitas famílias continuam privadas de um nível de vida digno", considera que o povo português foi "exemplar" na sua "atitute, coragem e sentido de responsabilidade" e que, hoje, "Portugal tem motivos de esperança num futuro melhor".
Foram ainda destacados progressos conseguidos na reabilitação da imagem externa do País e nas transformações internas, nomeadamente o desenvolvimento do empreendorismo jovem.
"Na aplicação do programa de assistência financeira fomos obrigados a fazer grandes sacrifícios. Foi necessário alertar para os limites dos sacrifícios impostos aos portugueses e chegou a haver o risco de o País entrar numa espiral recessiva. Felizmente conseguimos pôr-lhe cobro", recordou o Presidente. "É certo que temos um caminho para percorrer, mas existem razões fundadas para encarar o futuro com mais confiança."