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Cavaco Silva pede "ajustamentos" às reformas nas Forças Armadas

Nas comemorações do 10 de Junho, o Presidente da República pediu que sejam tidas em conta as mudanças observadas no contexto político internacional. O desinvestimento na Defesa deverá ser repensado.

Edgar Martins/Correio da Manhã
10 de Junho de 2015 às 11:06
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Aníbal Cavaco Silva alertou o Governo para a necessidade de ajustar o esforço de reforma do corpo militar ao agravamento das tensões internacionais, tendo em conta que o seu contributo pode hoje ser mais necessário.

 

"Quem podia prever há dois ou três anos a forma brutal como se têm cometido alguns dos mais violentos atentados à liberdade dos povos? Esta é uma realidade a que Portugal não pode ficar indiferente", afirmou o Presidente da República, durante a sua intervenção na comemoração do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, referindo que a "gravidade dos acontecimentos nas periferias e na Europa" levou a uma inflexão do "desinvestimento na Defesa". "É necessário proceder a adaptações e ajustamentos das reformas em curso em defesa dos superiores interesses da paz, segurança e convivência pacífica dos povos."

 

Recorde-se que nos últimos anos assistiu-se à emergência de importantes focos de tensão, como a sangrenta guerra civil síria, a emergência do Estado Islâmico, a anexação da Crimeia pela Rússia e o aumento das tensões na Ucrânia.

 

Num discurso relativamente curto, Cavaco Silva lembrou que um período prolongado de paz poderá levar alguns a desvalorizar a importância das Forças Armadas. "Contrariando uma ideia instalada em certos sectores da sociedade, as Forças Armadas sofreram várias alterações" enquanto um dos sectores do

Quem podia prever há dois ou três anos a forma brutal como se têm cometido alguns dos mais violentos atentados à liberdade dos povos?
Cavaco Silva

Estado que mais reformas implementou, destacou o Presidente, lembrando que, nos últimos anos, o orçamento da Defesa diminuiu 30% e os efectivos militares recuaram 35%. 

 

Cavaco Silva sublinhou ainda que, apesar de o processo legislativo ter terminado, as reformas não estão concluídas. "Agora é altura de as concretizar, o que exige flexibilidade, tempo e capacidade de adaptação, mas também disponibilização de recursos e meios", avisou. "As Forças Armadas não se compadecem com reformas consecutivas sem que as anteriores tenham sido concluídas e testadas."

 

A intervenção foi preenchida por elogios ao esforço dos militares portugueses. "A instituição militar continua a ser um dos pilares estruturantes do Estado", frisou, encerrando o discurso com um desejo: "Convosco passaremos mais esta encruzilhada da nossa história."

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