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Catarina Martins garante que portugueses "não vão ouvir o BE a recuar"
A coordenadora do Bloco de Esquerda garantiu esta segunda-feira que os portugueses não vão ouvir o partido a recuar na votação favorável à recuperação do tempo de serviço dos professores e criticou o primeiro-ministro pelo "número de campanha".
"Sabem que podem confiar, sabem que somos claros e não nos ouvirão dizer que recuamos num acordo que já foi feito e nunca nos verão dizer que não sabíamos o que estávamos a votar", garantiu Catarina Martins, num comício no Barreiro, no distrito de Setúbal.
Num discurso para cerca de cem militantes, a coordenadora bloquista começou por dizer que "não vale a pena falar do que se explicou por si nos últimos dias", reafirmando que o BE é um partido "de contas certas" e que "não brinca com a vida das pessoas".
"É de uma absoluta irresponsabilidade quem diz uma coisa num dia e diz outra no dia seguinte", salientou, referindo-se ao recuo do PSD e CDS na votação, impondo condicionantes para a aprovação da proposta.
Também nesta noite, o primeiro-ministro, António Costa, disse em entrevista à TVI que "nem daqui a 10 anos" será possível devolver o tempo integral durante o qual as carreiras estiveram congeladas, porque isso "financeiramente não é possível".
A líder do Bloco de Esquerda não deu declarações aos jornalistas, nem comentou as declarações de António Costa, mas considerou que "faz mal o PS quando deixa o país nas mãos da direita".
"A direita recuou e, enfim, a grande crise do senhor primeiro-ministro não passou de mais um número de campanha, mas não é assim que respondemos pelas nossas responsabilidades e no BE, quando se trata de direitos laborais, seja no público, seja no privado, nós não recuamos e mantemos sempre os nossos compromissos", garantiu.
Catarina Martins deixou a promessa: "Pela parte do Bloco é tudo claro. Não recuamos, fazemos o que fizemos até agora e temos muito trabalho pela frente".
Já hoje à tarde, em comunicado, o BE tinha confirmado a votação favorável à recuperação integral do tempo de serviço dos professores e rejeitar as condicionantes que PSD e CDS-PP anunciaram que iriam voltar a propor.