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Catarina Martins diz que foi PS que não cumpriu medidas acordadas

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, atribuiu este sábado ao PS a responsabilidade por não ter cumprido o acordado nos orçamentos de 2020, recuperando uma expressão do primeiro-ministro para dizer que não "basta a palavra dada", mas sim as decisões.

José Sena Goulão / Lusa
22 de Maio de 2021 às 13:22
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Na intervenção de abertura da reunião magna bloquista, Catarina Martins deixou vários avisos ao PS e foi clara a afirmar que o BE não abdica "de conseguir já as medidas que são urgentes" para o povo português.

"Nas discussões com o Governo ao longo do ano passado, conseguimos bons compromissos para o SNS [Serviço Nacional de Saúde], mas não foram cumpridos. Conseguimos compromissos para os trabalhadores informais, que não foram cumpridos. Conseguimos compromissos para as cuidadoras informais, que não foram cumpridos", recordou, referindo-se ao Orçamento do Estado para 2020 e ao suplementar do mesmo ano.

Para a coordenadora do BE, a "responsabilidade é de quem não cumpriu", uma vez que "não foi feito o que tinha que ser feito", apontando as culpas ao Governo socialista.

"Por isso, se nos dizem que basta a palavra dada, lembro que a palavra vale desde que leve a decisões no tempo certo", atirou, numa referência a uma expressão célebre do primeiro-ministro, António Costa, de que "palavra dada é palavra honrada".

Foi por isso, segundo Catarina Martins, que quando chegaram as negociações para o Orçamento do Estado para 2021 o BE pôs "em cima da mesa quatro garantias de medidas estruturais", que foram as carreiras profissionais para o SNS, o "fim do abuso" no Novo Banco, acabar com as leis laborais da 'troika' e "uma política social de combate à pobreza na pandemia, que não deixasse ninguém de fora", todas elas que considera "medidas elementares e de bom senso".

"Sem as medidas necessárias para o SNS, sem a proteção social e sem a correção dos abusos contra quem trabalha, votámos contra um orçamento que não dava as garantias necessárias à gestão do esforço económico e social contra a pandemia. A política tem que ter esta clareza. Não se pode perder tempo nem recursos nesta emergência que vivemos", defendeu.

Sem conseguir ver aprovada qualquer uma das propostas de alteração ao OE2021 das medidas de proteção social, a única alteração bloquista que teve luz verde na especialidade, apesar do voto contra do PS, foi "quando o parlamento decidiu que não haveria nova injeção no Novo Banco sem uma auditoria que verificasse a conta pedida aos contribuintes".

"O governo anunciou então que recorreria ao Supremo Tribunal Administrativo e ao Tribunal Constitucional, por se tratar de uma `bomba atómica´, sabe-se lá porquê. Como seria de esperar, era fogo de artifício e não recorreu nem a um nem a outro e o Tribunal de Contas demonstrou agora como o Bloco tinha razão: a administração do banco cobra o que não pode e todos os pagamentos são dinheiro dos contribuintes", criticou.

Para a líder do BE, está a decorrer um "assalto" enquanto "desfilam os depoimentos dos figurões que espatifaram centenas de milhões de euros e que acham que nunca têm que os pagar".

"Confirmando o que o Bloco tem sempre dito: a desigualdade e o privilégio são formas de pilhagem. Desgraçado do nosso país se não tiver quem faça frente a estes irresponsáveis", afirmou.

O BE, segundo Catarina Martins, mostrou que "existe uma alternativa à esquerda contra o marasmo".

"Não ficamos à espera dos problemas. Uma esquerda comprometida com as medidas que salvam vidas e que protegem empregos não fecha os olhos à epidemia de empobrecimento e de desigualdade. Não adiamos, não desistimos. Estamos aqui para a luta toda", assegurou.
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