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BE acusa Governo de envergonhar portugueses e defender "interesses da Finança"

A porta-voz do BE Catarina Martins criticou hoje a “submissão” do primeiro-ministro às políticas da troika, considerando que o Governo “envergonha” os portugueses, que é “mais alemão que os alemães” e representa “os interesses da Finança”.

Bruno Simão/Negócios
21 de Fevereiro de 2015 às 20:57
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"Ganhou-se tempo, é preciso agora ganhar a política alternativa à austeridade. O governo português não quererá nunca servir outro dono que não seja a Finança", frisou Catarina Martins, num comício no Mercado Ferreira Borges, referindo-se ao prolongamento da assistência financeira à Grécia conseguido na sexta-feira num acordo com o Eurogrupo.

 

Afirmando estar a assistir "ao princípio do fim da austeridade", Catarina Martins sublinhou que o confronto actual na Europa "é entre o povo e a banca", porque os resgates financeiros em curso, nomeadamente na Grécia e em Portugal, "não serviram o interesse do povo".

 

"Há um Governo que nos envergonha mas há um país que não está derrotado. O Governo, esse sim, estará em breve derrotado. Hoje, na Europa, os governos não discutem todos a austeridade. No Eurogrupo já confronto, há alternativas. E àqueles que apontavam o rotativismo como único caminho, o Syriza [vencedor das legislativas na Grécia] mostra que é possível estar no governo alguém que representa o povo", frisou a responsável do Bloco de Esquerda, no evento que contou com a participação do dirigente do Syriza Yiannis Bournous.

 

Para Catarina Martins, "o governo português representa forças muito poderosas na Europa que não são os interesses do seu povo" e o "trabalho difícil" existente "pela frente" é "dar o poder ao povo".

 

Um dia depois de o Eurogrupo ter chegado a acordo para o prolongamento da assistência financeira à Grécia e depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que as delegações espanhola e portuguesa se opunham ao compromisso, a porta-voz do BE considerou que Portugal, Espanha e Alemanha representam "o trio da vergonha da austeridade".

 

De acordo com a bloquista, "a resposta que importa saber" neste momento é "se os Governos respondem à Finança ou se lutam pelos povos".

 

Catarina Martins apelou ainda a um "combate da união pelo problema da dívida que subiu com a austeridade", considerando que se trata "de um problema europeu que tem de ter uma resposta europeia".

 

O BE exige, por isso, a realização de uma Conferência Internacional pela Reestruturação das Dívidas Soberanas para defender "os países periféricos", uma vez que "o euro foi construído de uma forma em que só serve alguns países".

 

"Extremismo é este caminho [de austeridade] de destruição dos povos e da dignidade. A sensatez é hoje uma exigência radical na Europa", vincou Catarina Martins.

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