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António Guterres afasta candidatura à Presidência da República
O ex-primeiro-ministro português afastou esta sexta-feira uma candidatura presidencial. O actual Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados era o preferido de António Costa, que poderá agora ter de se virar para Sampaio da Nóvoa.
"Não sou candidato a ser candidato". Foi com esta declaração que António Guterres desfez o tabu da sua eventual candidatura presidencial, para as eleições de 2016. Guterres é o nome mais consensual entre os socialistas e o preferido de António Costa para ocupar o lugar ocupado há quase uma década por Cavaco Silva. Mas, em entrevista à Euronews, António Guterres afastou definitivamente esse cenário.
Perante a possível candidatura, Guterres respondeu: "já me fizeram essa pergunta muitas vezes e eu respondo sempre que não sou candidato a ser candidato". Porquê? "Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho actualmente, que permite ter uma acção permanente e directa sobre o que se passa no terreno", explicou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
António Guterres foi entrevistado pela Euronews em Bruxelas, esta sexta-feira, precisamente depois de se ter reunido com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, para analisar a situação dos refugiados sírios.
Ora, as funções que desempenha actualmente "não correspondem a funções que são muito importantes, do ponto de vista do equilíbrio de um país, de garantir a estabilidade de um país, mas que não têm a mesma acção diária quanto ao que está a acontecer actualmente, de pessoas com uma necessidade dramática do nosso apoio", acrescentou ainda.
Guterres foi primeiro-ministro entre 1995 e 2001, tendo abandonado o Governo no seu segundo mandato após um desastre eleitoral nas autárquicas. Sem Guterres, o PS deverá apoiar António Sampaio da Nóvoa.