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António Costa e os ‘soundbites’: “O estúpido é quem não simplifica”
No discurso que fechou a conferência “A Europa e o Presente”, no Porto, o primeiro-ministro criticou algumas linhas que, acredita, têm sido seguidas no tratamento das questões europeias e, dessa forma, afastado os cidadãos do debate.
"Temos de combater a ideia de que os parlamentares europeus só existem nos momentos das campanhas eleitorais e que existem na medida em que produzem ‘soundbites’ e não na medida em que produzem resultados efetivos", afirmou António Costa, referindo listas candidatas ao Parlamento Europeu onde deputados "com mais trabalho" aparecem em lugares abaixo de outros "seguramente com maiores ‘soundbites’".
"Essa perversão empobrece a democracia e tende a confundir a ideia de simplificação com a ideia de estupidificação. O estúpido é quem não simplifica, mas a simplificação não significa tratar os outros como estúpidos", disse o primeiro-ministro, durante o discurso de encerramento da conferência "A Europa e o Presente", que se realizou esta sexta-feira, 15 de março, na Casa da Música, no Porto.
A propósito daquilo que designou como "os grandes desafios que temos pela frente", nomeadamente a globalização, as migrações, a segurança, as alterações climáticas, afirmou que "nenhum país está em melhores condições de resolver estando fora da União Europeia", sendo que, "desse ponto de vista, o Brexit tem sido um excelente exemplo", considerou Costa.
Para o líder do Governo português, "foi mais fácil unir os 27 em torno de uma posição negocial comum do que criar unidade interna no Reino Unido quanto àquilo que pretende negociar com a União Europeia".