O secretário-geral do PS considerou hoje que a Europa está "sob forte ataque" das forças extremistas, impondo-se uma mobilização para defender o projeto europeu, num discurso em que traçou diferenças entre os socialistas e os restantes partidos.
Esta advertência sobre a existência de um ataque em curso por parte das forças anti-europeias foi deixada por António Costa no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, durante a qual foi aprovado apenas com um voto contra o manifesto dos socialistas para as eleições europeias.
Para ilustrar a atual situação do projeto de integração europeia, o líder socialista referiu-se a recentes posições assumidas pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
"A Europa está sob um forte ataque e temos de nos mobilizar para defender a Europa. E temos de nos mobilizar porque a Europa é a melhor forma para defender Portugal e para defender os interesses dos portugueses", sustentou.
Neste contexto, António Costa criticou de forma indireta os partidos nacionais que defendem a saída de Portugal da zona euro.
"Não somos daqueles que acreditam que, saindo da Europa, é a melhor forma de andar para a frente. Temos a certeza que fora da Europa Portugal andaria para trás. A nossa memória coletiva regista o progresso que o país teve desde que aderiu à Comunidade Económica Europeia" em 1986, alegou.
António Costa sustentou mesmo que o PS "é o partido mais europeísta em Portugal", razão pela qual está determinado em "defender a Europa dos ataques externos, daqueles que querem promover as guerras comerciais, mas também daqueles que dentro da própria Europa põem em causa os valores democráticos com soluções autoritárias" - uma referência a países como a Hungria, ou a Polónia.
De acordo com o líder do PS, para se defender a União Europeia, "é também preciso que a Europa mude, respondendo positivamente aos anseios dos cidadãos e aos medos que se projetam no futuro".
Após definir o posicionamento do seu partido no contexto europeu, António Costa tentou depois traçar linhas de demarcação face às restantes forças políticas em Portugal, dizendo que o PS se assume contra "a Europa do pensamento único".
"Tal como ao nível da freguesia, do município ou nacional nós escolhemos entre diferentes opções, também ao nível europeu escolhemos diferentes opções. Por isso, não é a mesma coisa em Portugal votar no PS ou votar na direita, votar no PS ou votar nos partidos à nossa esquerda", declarou.