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Villeroy diz que é "razoável" que os juros do BCE passem a terreno positivo este ano

Num discurso em Paris, citado pela Bloomberg, o governador do Banco de França sugeriu que o BCE irá pôr fim à compra líquida de dívida em junho, abrindo a porta à subida dos juros dos depósitos, atualmente em -0,5%.

Francois Villeroy. O francês é o actual governador do Banco de França. Contra a sua nomeação tem o facto do seu país ter já ocupado cargos de topo no BCE.
bloomberg
06 de Maio de 2022 às 11:02
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Mais um membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) antecipa que os juros de referência na zona euro subam ainda este ano. Desta vez foi o francês François Villeroy de Galhau a dizer que considera "razoável" que as taxas sejam revistas para terreno positivo, reforçando a ideia que a autoridade monetária da zona euro irá mudar o rumo para alinhar com os pares internacionais este verão caso.

Num discurso em Paris, citado pela Bloomberg, o governador do Banco de França sugeriu que o BCE irá pôr fim à compra líquida de dívida em junho, abrindo a porta à subida dos juros dos depósitos, atualmente em -0,5%.

"As três condições para o nosso 'forward guidance' relativo às taxas de juro estão, na minha opinião pessoal, cumpridas", afirmou Villeroy de Galhau. "Caso não haja novos choques inesperados, penso que é razoável que entrem em terreno positivo até ao final deste ano".

Nos últimos dias, alguns dos 25 membros do Conselho do BCE têm feito comentários "hawkish", sinalizando a possibilidade de o banco central liderado por Christine Lagarde começar, em julho, a subir os juros de referência, atualmente em mínimos históricos. Ainda esta quinta-feira Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia, afirmou que "parece justificado aumentar as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais".

"O próximo ano parece desafiante, e no pior dos casos, a zona euro pode mesmo enfrentar uma recessão, pelo que não devemos atrasar a normalização da política monetária", sublinhou o antigo Comissário Europeu para os assuntos económicos, sobre a escalada da inflação na zona euro, que atingiu os 7,4% em abril.


Já o italiano Fabio Panetta considerou que seria "imprudente" agir antes de serem conhecidos os próximos dados do crescimento económico, sugerindo que poderá ser a favor de esperar antes de subir juros. A próxima reunião do BCE está marcada para 8 e 9 de junho e a seguinte para 20 e 21 de julho. No entanto, os dados oficiais do PIB da do segundo trimestre só serão divulgados a 29 de julho.
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