O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, diz que não tem planos para substituir o atual líder da Reserva Federal (Fed), quando regressar à Casa Branca, afirmando que "não vejo isso" a acontecer.

"Se eu lhe dissesse para o fazer, ele [Jerome Powell] fá-lo-ia", afirmou Trump no programa "Meet the Press" da NBC, na primeira entrevista televisiva desde que venceu as eleições norte-americanas em novembro. "Mas se eu lhe pedisse, provavelmente não o faria", acrescentou.

Poucos dias depois das eleições, Jerome Powell disse que estava preparado para defender a independência da Fed da pressão política, garantindo que não se afastaria se Trump pedisse sua renúncia, insistindo que o Presidente não tem o poder de demitir o presidente ou outros elementos da Fed.

Nos meses que antecederam as eleições de novembro, Trump afirmou que deveria ter uma palavra a dizer na política monetária e na fixação das taxas de juro. "Penso que tenho o direito de dizer: quando deve subir ou descer um pouco".

Trump também ridicularizou o papel do presidente do Fed como sendo "o melhor trabalho da administração", afirmando que "aparece uma vez por mês" para "atirar uma moeda ao ar" e decidir sobre as taxas de juro.

Embora tenha nomeado Powell, Donald Trump tentou demiti-lo durante o seu primeiro mandato, depois de a Fed ter aumentado as taxas de juro várias vezes. Powell, por seu lado, disse que não espera tensões com a nova administração.

Ameaça com saída da NATO

Nesta entrevista, Trump reforçou a ameaça de retirar os Estados Unidos da NATO a menos que os aliados, concretamente a Europa, não contribua financeiramente com um pacote mais generoso. 

"Se pagarem as suas contas e nos tratarem de forma justa, a resposta é 'absolutamente, ficarei na NATO'", esclareceu o Presidente eleito, antes de dizer que, de outra forma, retirará os Estados Unidos da Aliança Atlântica.

Trump também prometeu expulsar todos os imigrantes em situação irregular, logo que tome posse, marcada para o dia 20 de janeiro.

"Penso que temos de o fazer. E é difícil. É uma coisa muito complicada de fazer", explicou o futuro Presidente, quando questionado sobre se o seu plano era expulsar durante os seus quatro anos de mandato todas as pessoas com presença ilegal nos Estados Unidos.