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Summers avisa que economias avançadas não estão preparadas para outra recessão

O ex-secretário do Tesouro dos EUA lembrou que, numa recessão, o normal é os bancos centrais cortarem os juros em 500 pontos base, o que não poderá acontecer, "porque não há margem".

Reuters
19 de Junho de 2018 às 10:12
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O antigo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Lawrence Summers, alerta que as economias avançadas estão mal preparadas para uma nova recessão, tanto em termos económicos como políticos, e que os bancos centrais deviam ser cautelosos na subida dos juros apenas para controlar a inflação.

Numa entrevista à Bloomberg, em Sintra, onde arrancou na segunda-feira o Fórum do BCE, Summers lembrou que as preocupações dos bancos centrais mudaram desde o período que antecedeu a crise financeira.  

"O tema que preocupou a política monetária na geração antes da crise financeira - evitar a inflação – já não é o principal assunto", disse Summers. É manter "um crescimento robusto e chegar ao pleno emprego".

O alerta do antigo secretário do Tesouro chega numa altura em que os maiores bancos centrais do mundo começam a reverter os estímulos massivos lançados depois da crise financeira, baseados na recuperação das economias e na subida da inflação.

Ainda na semana passada a Fed anunciou mais uma subida dos juros, sinalizando que a normalização deverá ser mais rápida do que o previsto, pelo menos este ano. Já o BCE decidiu reduzir para metade o programa de compra de activos em Setembro, antes de o extinguir, no final do ano.

Na opinião de Summers, esses estímulos massivos "deturpam" a pintura. "Pode ser que, se a política monetária continuar relativamente expansionista, possamos continuar com isto por um tempo", adiantou. "Mas estamos a viver com uma economia muito frágil".

"As recessões acontecem", acrescentou Summers. "E quando acontecem, o normal é cortar-se os juros em 500 pontos base, mas não vai haver essa margem".

O responsável considerou ainda que os efeitos de uma nova recessão "excederão largamente qualquer consequência negativa associada a uma subida da inflação um pouco acima de 2%".

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