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Retirada de estímulos monetários beneficia dívida dos países emergentes

Taxas de juro de vários países em desenvolvimento estão a recuar, o que poderá representar uma diminuição dos encargos com a emissão de nova dívida. África do Sul, China, Indonésia, Índia e Croácia registam as descidas mais significativas.

Reuters
27 de Dezembro de 2021 às 11:44
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A retirada de estímulos anunciada pelos principais bancos centrais está a aliviar os juros da dívida soberana de países em desenvolvimento. As descidas mais significativas verificam-se na África do Sul, China, Indonésia, Índia e Croácia, e podem levar a uma redução dos custos de financiamento desses países no mercado.

É um cenário que contrasta com o que se vive nos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, o anúncio de que a Reserva Federal norte-americana irá acelerar o ritmo da retirada de estímulos monetários à economia e aumentar as taxas de juro em 2022 foi recebido com um forte agravamento no mercado obrigacionista: a taxa de juro a 10 anos registou a maior subida desde 2013. 
 
O mesmo aconteceu na Europa, com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reforçar a compra de dívida criado por Mario Draghi para compensar o fim do programa criado especialmente para dar resposta à pandemia (que termina em março) e o surpreendente anúncio do Banco de Inglaterra de subir as taxas de juro de referência. 

Enquanto isso, as taxas de juro de vários países em desenvolvimento estão a recuar, o que poderá representar uma diminuição dos encargos com a emissão de nova dívida. Segundo os dados compilados pela Bloomberg, as obrigações soberanas dos mercados emergentes caíram, ao todo, 1,3% este ano.

Shafali Sachdev, especialista em obrigações da BNP Paribas Wealth Management em Singapura explica que "investir em obrigações dos mercados emergentes" pode ser uma boa decisão em caso de "aperto" em 2022, "em vez de prolongar a duração ou diminuir a curva de crédito", tendo em conta o retorno recebido através de pagamentos de juros (cupão) e a devolução do valor nominal em dívida no momento da maturidade.

As obrigações da África do Sul têm liderado os retornos constantes para os investidores. Os dados da Bloomberg indicam que, este ano, as obrigações deram um retorno total de 8,7%, apesar de o país ter sido o primeiro a detetar a variante ómicron. O ganho de cupão foi de 9,02% e compensou a perda de 0,79% causada pela queda nos preços das obrigações.

Já a dívida obrigacionista da China permitiu um retorno de 5,6% em 2021, a da Indonésia 5,2%, a da Índia 2,7% e a da Croácia 1%. Em contraciclo, as maiores perdas foram registadas na Hungria, Peru e China, três países que aumentaram as taxas de juro este ano.
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