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Powell mantém bazuca de 120 mil milhões de dólares por mês e juros em mínimos
A Reserva Federal dos EUA manteve os seus apoios monetários inalterados, numa altura em que as conversas sobre a retirada destes estímulos parecem ter abrandado, dado o aumento da propagação da covid-19.
De acordo com o comunicado divulgado após o final da reunião de dois dias, o banco central norte-americano optou por manter a atual compra de dívida em 120 mil milhões de dólares por mês e as taxas de juro diretoras em mínimos históricos no intervalo entre 0% e 0,25%.
Assim, Jerome Powell (na foto), líder da autoridade bancária, adia mais uma vez o debate sobre a retirada de estímulos, que parece agora ter arrefecido, numa altura em que o plano de vacinação abrandou e a propagação da covid-19 acelerou. No mesmo documento pode ler-se, ainda assim, que "os indicadores de atividade económica e de emprego continuaram a fortalecer-se. Os setores mais afetados pela pandemia mostraram melhorias, mas não recuperaram totalmente".
Em meados de junho, o número de novos infetados com covid-19 estava em mínimos, na casa dos 14.000 por dia, e a velocidade com que o plano de vacinação estava a ser executado (mais de 1 milhão de doses por dia) dava a ideia de que as metas estabelecidas pela Casa Branca iam ser atingidas até mais cedo do que o previsto. Mas as expectativas foram ligeiramente defraudadas.
Em maio, Joe Biden, Presidente dos EUA, definiu um novo objetivo para a vacinação. Até 4 de julho teriam de estar vacinados 70% dos adultos norte-americanos com, pelo menos, uma dose. Contudo, a meta não foi atingida por uma escassa margem – vacinaram-se cerca de 69%. A própria Casa Branca reconheceu que falhou, nesta que foi a primeira vez que Biden não completou um objetivo sobre a execução do plano de vacinação. A juntar a este atraso, o número de novos casos de covid-19 está a subir, com a variante Delta a alastrar-se. Agora, este número atingiu quase os 90.000, um máximo desde março, mas ainda muito longe do pico de 250.000 de janeiro.
Todos estes fatores relacionados com a pandemia levaram a um novo adiamento da decisão definitiva sobre a retirada de estímulos - que deve ficar adiada até ao mítico simpósio anual de Jackson Hole, em agosto, que, por norma, traz novidades sobre a política monetária do banco central.