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Membros da Fed divididos quanto à subida dos juros
Quase metade dos principais membros da Fed considerou, na sua última reunião, que se o banco central deixasse cair o termo "paciente", a subida dos juros poderia começar já em Junho. Os restantes apontaram para datas posteriores, numa altura em que o mercado laboral continua a melhorar.
Os principais membros dos vários bancos centrais regionais da Reserva Federal dos EUA e participantes do mercado estavam divididos, na reunião do passado mês, quanto à data da primeira subida dos juros. Esta é uma das conclusões reveladas nas minutas da mais recente reunião de política monetária, na qual a instituição deixou cair o termo "paciente". A melhoria do mercado laboral ditou a mudança de rumo.
"A maioria dos inquiridos [no Survey of Primary Dealers e no Survey of Market Participants] esperava que o termo ‘paciente’ fosse retirado do comunicado do Comité Federal do Mercado Aberto [FOMC, na sigla anglo-saxónica]", avançam as minutas da reunião de 17 e 18 de Março, publicadas esta quarta-feira, 8 de Abril.
Algo que, a acontecer, levaria "a que a primeira subida dos juros acontecesse duas reuniões depois", segundo 40% dos inquiridos. Desta forma, Junho seria a data-chave, mas a maioria dos restantes responsáveis apontou que só aconteceria posteriormente, no inquérito que visa dar à Fed uma noção acerca das expectativas dos investidores.
Em mais um comunicado aprovado por unanimidade, os responsáveis do FOMC explicam que "quase todos os participantes votaram a favor de retirar da orientação futura a indicação de que o Comité será paciente no início da normalização da política monetária". Apesar de continuarem a acreditar que não seria em Abril, "preferiram uma linguagem que desse ao Comité a flexibilidade necessária para ajustar subsequentemente as taxas de juro em cada reunião".
Uma mudança na orientação da Fed que se deve ao progresso registado no mercado laboral, em direcção "ao objectivo do Comité de pleno emprego". Contudo, houve um participante que se opôs à revisão da postura do banco central, argumentando que, com a inflação ainda tão baixa, o anúncio da nova abordagem poderia abrandar o progresso da economia.
(Notícia actualizada às 19h53, com mais informação)