Este fim-de-semana, Assunção Cristas defendeu a necessidade de alterar o modelo de nomeação do governador do Banco de Portugal. A proposta surgiu apenas um dia depois de Paulo Portas ter criticado Carlos Costa, sugerindo que pode fazer "parte do problema".

Questionada pelo Negócios, Mariana Mortágua disse estar surpreendida com a posição assumida pela recém-eleita presidente do CDS-PP. Há um ano, "o CDS colocou-se ao lado na discussão" e "até aceitou reconduzir Carlos Costa", afirma a deputada do Bloco de Esquerda. "Agora que saíram do Governo, já estão interessados em debater", acrescenta. "Mais vale tarde do que nunca".

Depois das afirmações de Assunção Cristas no congresso do CDS, o Partido Socilaista mostrou abertura para voltar ao tema. E quanto ao Bloco de Esquerda? "Sempre estivemos disponíveis para este debate", garante Mariana Mortágua.

Pedro Mota Soares deu mais pistas sobre a proposta do CDS, dizendo que "deve ser o Presidente da República a nomear o governador do Banco de Portugal". Uma ideia que já tinha sido defendida por Cavaco Silva em Outubro do ano passado.

Para Mariana Mortágua, essa não é uma mudança que vá no sentido correcto. "A suposta independência do Banco de Portugal não existe. O Presidente da República dá tantas garantias de independência como um Governo", explica. "As alterações não devem ir no sentido de blindar mais o cargo, mas de um maior escrutínio. Preferido um modelo que passe pela Assembleia da República."