Notícia
Lagarde alerta que coordenação orçamental é crucial e é cedo para aliviar estímulos
Num encontro do FMI, Lagarde apelou de novo à cooperação entre os países da Zona Euro no que ao apoio orçamental diz respeito. As minutas da última reunião do BCE mostram que o banco considera prematuro estar a aliviar os apoios monetários.
A coordenação orçamental entre os países da Zona Euro é fundamental para ultrapassarem a crise provocada pela pandemia, relembra a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, num encontro do comité financeiro do Fundo Monetário Internacional realizado nesta quinta-feira.
"Uma ambiciosa e coordenada postura orçamental continua a ser crucial, já que uma retirada prematura dos apoios poderia atrasar a recuperação e ampliar os efeitos de cicatrização de longo-prazo", disse Lagarde, acrescentando que as próprias medidas de política monetária tomadas pelo BCE "podem ser recalibradas, se necessário, para manter as condições de financiamento favoráveis".
Na última reunião de março, o banco anunciou que iria aumentar o ritmo de compras de ativos ao abrigo do PEPP, o mecanismo criado para responder à pandemia. Contudo, apesar de compras na ordem dos 20 mil milhões de euros nas duas semanas consequentes ao encontro, na semana passada - terminada a 2 de abril, o banco comprou cerca de 10 mil milhões em dívida.
A União Europeia tem enfrentado críticas sobre a demora dos seus esforços orçamentais para recuperar a economia da região, como alertou o Fundo Monetário Internacional, que referiu que este atraso estava a criar um fosso ainda maior no que à desigualdade diz respeito, principalmente devido à diferença de velocidades de recuperação dos países.
Ainda assim, o FMI aumentou a sua previsão de crescimento para 2021 para a Zona Euro de 4,2% para 4,4%.
Minutas mostram que é "prematuro" largar a mão
As minutas da última reunião de 10 e 11 de março mostram que os membros do Conselho do BCE consideram que é ainda "permaturo" estar a apertar as condições de financiamento na Zona Euro, apesar de admitirem que a região se encontra uns passos atrás dos Estados Unidos, no que toca às condições e à recuperação económica.
Apesar disso, os analistas do ING consideram que não houve unanimidade no aumento do volume de compras do PEPP anunciado na reunião de março, mesmo que as minutas digam que "houve um consenso geral entre os membros do Concelho que a recente subida nas 'yields' requer uma aceleração da velocidade das compras do PEPP".
Ontem, numa entrevista à Reuters, Klaas Knot, governador do banco central dos Países Baixos, disse que "se a economia recuperar de acordo com nossa estimativa, veremos uma inflação melhor e crescimento económico a partir do segundo semestre", acrescentando que, "nesse caso, seria claro para mim que a partir do terceiro trimestre podemos começar a eliminar gradualmente as compras de emergência e encerrá-las conforme previsto em março de 2022".
"Uma ambiciosa e coordenada postura orçamental continua a ser crucial, já que uma retirada prematura dos apoios poderia atrasar a recuperação e ampliar os efeitos de cicatrização de longo-prazo", disse Lagarde, acrescentando que as próprias medidas de política monetária tomadas pelo BCE "podem ser recalibradas, se necessário, para manter as condições de financiamento favoráveis".
A União Europeia tem enfrentado críticas sobre a demora dos seus esforços orçamentais para recuperar a economia da região, como alertou o Fundo Monetário Internacional, que referiu que este atraso estava a criar um fosso ainda maior no que à desigualdade diz respeito, principalmente devido à diferença de velocidades de recuperação dos países.
Ainda assim, o FMI aumentou a sua previsão de crescimento para 2021 para a Zona Euro de 4,2% para 4,4%.
Minutas mostram que é "prematuro" largar a mão
As minutas da última reunião de 10 e 11 de março mostram que os membros do Conselho do BCE consideram que é ainda "permaturo" estar a apertar as condições de financiamento na Zona Euro, apesar de admitirem que a região se encontra uns passos atrás dos Estados Unidos, no que toca às condições e à recuperação económica.
Apesar disso, os analistas do ING consideram que não houve unanimidade no aumento do volume de compras do PEPP anunciado na reunião de março, mesmo que as minutas digam que "houve um consenso geral entre os membros do Concelho que a recente subida nas 'yields' requer uma aceleração da velocidade das compras do PEPP".
Ontem, numa entrevista à Reuters, Klaas Knot, governador do banco central dos Países Baixos, disse que "se a economia recuperar de acordo com nossa estimativa, veremos uma inflação melhor e crescimento económico a partir do segundo semestre", acrescentando que, "nesse caso, seria claro para mim que a partir do terceiro trimestre podemos começar a eliminar gradualmente as compras de emergência e encerrá-las conforme previsto em março de 2022".
Ainda assim, o governador alerta que uma subida do contágio da covid-19, os confinamentos e um plano de vacinação lento poderão minar as estimativas atuais. Knot diz, contudo, que há uma série de fatores que podem contribuir de forma potencialmente positiva para a recuperação económica, depois de a pandemia estar controlada.