Notícia
Há uma onda de corte de juros em todo o mundo. As exceções são a Noruega e a Argentina
Uma onda de descidas dos juros inundou os mercados financeiros nos últimos dias. Esta é uma tendência global e já tem alguns meses, mas há exceções: a Noruega e a Argentina subiram os juros.
Em apenas sete dias, mais de dez bancos centrais realizaram reuniões de política monetária e a maior parte baixou os juros, alinhando-se com o Banco Central Europeu e a Reserva Federal. Mas também houve exceções: o Japão deixou os juros inalterados e a Noruega até os aumentou, em contraciclo com a maior parte das economias avançadas.
Carney condicionado pelo Brexit
O Banco de Inglaterra deixou os juros inalterados nos 0,75% por unanimidade no comité que decide o rumo da política monetária. A instituição liderada por Mark Carney baixou a previsão de crescimento do terceiro trimestre de 0,3% para 0,2% e também se mostrou menos otimista face à evolução futura da inflação. Contudo, o banco central continua a fazer depender as suas decisões da evolução do Brexit uma vez que a forma como a saída será feita condicionará o rumo da política monetária.
Suíça reforça prenda aos bancos
O banco central suíço não mexeu nos juros - que estão em -0,75% -, mas reforçou a prenda que dá aos bancos (e que o BCE anunciou na semana passada). O Banco Nacional da Suíça anunciou que irá isentar um volume maior de reservas dos bancos do "custo" das taxas negativas, o que também é interpretado como um sinal de que poderá diminuir ainda mais os juros diretores no futuro. O objetivo é também evitar que os bancos comerciais passem o custo dos juros negativos aos clientes, cobrando pelos depósitos.
Banco do Brasil baixa juros
O banco central brasileiro baixou a taxa de juro diretora para 5,5%, tal como era esperado pelos analistas. O comunicado da decisão mostra que ainda deverá haver mais cortes nos juros no futuro, o que poderá levar a taxa para um nível inferior aos 5%. A concretizar-se ficará no nível mais baixo desde, pelo menos, o início do século.
Norges Bank em contraciclo
O banco central norueguês decidiu subir pela quarta vez num ano os juros. O objetivo é arrefecer a economia que está sobreaquecida com o nível de investimento no petróleo. A taxa de juro diretora passou a ser de 1,5%, o nível mais elevado em quase cinco anos, segundo a Bloomberg. Em reação, a divisa norueguesa chegou a valorizar 0,5% face ao euro, mas os ganhos diminuíram após o Norges Bank ter dito que a trajetória de subida dos juros deverá terminar, para já.
Banco do Japão em modo de espera
O banco central japonês manteve os juros na reunião desta madrugada, mas disse que terá de ter em atenção à perda de dinamismo da inflação, o que aumentou a especulação de que possa introduzir mais estímulos na próxima reunião em outubro. O governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse na conferência de imprensa que tem mais espaço para atuar do que o BCE.
O banco central do Taiwan também deixou os juros inalterados.
Indonésia baixa juros três meses seguidos
O banco central da Indonésia baixou os juros diretores pelo terceiro mês consecutivo, além de ter tomado outras medidas para impulsionar o crescimento de uma economia que está em travagem. Os juros baixaram para os 5,25%. Tanto a guerra comercial entre os EUA e a China como a ameaça de subida do preço do barril de petróleo pesaram na decisão.
Arábia Saudita segue Fed e desce os juros
Os bancos centrais da Arábia Saudita, do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos desceram os juros, após o passo dado pela Fed. O corte também foi de 25 pontos base e foi o segundo este ano, tal como a descida nos EUA. As divisas desses países estão ligadas ao dólar.
Argentina é um mundo à parte
E agora para algo completamente diferente: o banco central argentino aumentou a parte inferior do intervalo dos juros de 58% para os 78% em setembro, anunciando que em outubro descerá para 68%. Esta é a resposta aos valores elevados de inflação (acima de 50%) que se registam no país numa altura em que os investidores temem a instabilidade política. Há quem receie que a Argentina não cumpra o acordo com o FMI, que cedeu a maior tranche da sua história, e entre em incumprimento da dívida.
Hong Kong corta juros
Tal como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, Hong Kong tem a sua divisa ligada ao dólar pelo que tem de seguir os passos da Fed. O banco central baixa os juros em 25 pontos base para os 2,25% num momento em que os protestos anti-China e as disputas comerciais entre os EUA e a China estão a condicionar o dinamismo da economia.
Jordânia desce juros
O banco central da Jordânia cortou os juros em 25 pontos base para os 4,25% para tentar estimular a economia através da concessão de crédito através dos bancos. O FMI espera que a economia da Jordânia vá crescer 2,2% em 2019.
África do Sul mantém
O banco central da África do Sul manteve os juros diretores nos 6,5%, tal como era esperado pelos analistas. A economia sul-africana recuperou no segundo trimestre, após ter contraído nos primeiros três meses do ano. Tal como acontece no resto do mundo, os indicadores ligados ao comércio internacional estão a deteriorar-se.
Turquia desce juros
No mesmo dia do BCE, o banco central turco (num contexto diferente) também cortou os juros, mas de uma forma muito mais expressiva: 325 pontos base para os 16,5%. Em julho, a taxa estava nos 24% e passou para 19,75% na primeira mudança nos juros desde a crise da divisa turca, a lira, no ano passado por causa das sanções norte-americanas. O objetivo do Banco da Turquia é estimular a economia que foi atingida por uma recessão.
BCE anunciou pacote de estímulos
Após muita especulação, na passada quinta-feira, o BCE anunciou um novo pacote de estímulos com várias medidas: um corte da taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, um novo sistema de escalonamento nos depósitos dos bancos para aliviar a pressão na rentabilidade, condições mais favoráveis da terceira ronda de empréstimos "baratos" à banca (TLTRO III) e ainda o retomar do programa de compra de ativos a um ritmo de 20 mil milhões de euros por mês.
Fed "cede" aos mercados
A Reserva Federal norte-americano anunciou ontem um corte de juros em 25 pontos base para o intervalo entre 1,75% e os 2%, acompanhando a expectativa dos mercados financeiros. O presidente da Fed, Jerome Powell, admitiu ir mais longe nas medidas de estímulos à economia se for necessário, mas também pintou um cenário positivo dos indicadores económicos nos EUA. "Apesar de os gastos das famílias estarem a crescer a um ritmo robusto, o investimento fixo das empresas e as exportações ficaram mais débeis", realçava a Fed no comunicado divulgado ontem.
Carney condicionado pelo Brexit
O Banco de Inglaterra deixou os juros inalterados nos 0,75% por unanimidade no comité que decide o rumo da política monetária. A instituição liderada por Mark Carney baixou a previsão de crescimento do terceiro trimestre de 0,3% para 0,2% e também se mostrou menos otimista face à evolução futura da inflação. Contudo, o banco central continua a fazer depender as suas decisões da evolução do Brexit uma vez que a forma como a saída será feita condicionará o rumo da política monetária.
O banco central suíço não mexeu nos juros - que estão em -0,75% -, mas reforçou a prenda que dá aos bancos (e que o BCE anunciou na semana passada). O Banco Nacional da Suíça anunciou que irá isentar um volume maior de reservas dos bancos do "custo" das taxas negativas, o que também é interpretado como um sinal de que poderá diminuir ainda mais os juros diretores no futuro. O objetivo é também evitar que os bancos comerciais passem o custo dos juros negativos aos clientes, cobrando pelos depósitos.
Banco do Brasil baixa juros
O banco central brasileiro baixou a taxa de juro diretora para 5,5%, tal como era esperado pelos analistas. O comunicado da decisão mostra que ainda deverá haver mais cortes nos juros no futuro, o que poderá levar a taxa para um nível inferior aos 5%. A concretizar-se ficará no nível mais baixo desde, pelo menos, o início do século.
Norges Bank em contraciclo
O banco central norueguês decidiu subir pela quarta vez num ano os juros. O objetivo é arrefecer a economia que está sobreaquecida com o nível de investimento no petróleo. A taxa de juro diretora passou a ser de 1,5%, o nível mais elevado em quase cinco anos, segundo a Bloomberg. Em reação, a divisa norueguesa chegou a valorizar 0,5% face ao euro, mas os ganhos diminuíram após o Norges Bank ter dito que a trajetória de subida dos juros deverá terminar, para já.
Banco do Japão em modo de espera
O banco central japonês manteve os juros na reunião desta madrugada, mas disse que terá de ter em atenção à perda de dinamismo da inflação, o que aumentou a especulação de que possa introduzir mais estímulos na próxima reunião em outubro. O governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse na conferência de imprensa que tem mais espaço para atuar do que o BCE.
O banco central do Taiwan também deixou os juros inalterados.
Indonésia baixa juros três meses seguidos
O banco central da Indonésia baixou os juros diretores pelo terceiro mês consecutivo, além de ter tomado outras medidas para impulsionar o crescimento de uma economia que está em travagem. Os juros baixaram para os 5,25%. Tanto a guerra comercial entre os EUA e a China como a ameaça de subida do preço do barril de petróleo pesaram na decisão.
Arábia Saudita segue Fed e desce os juros
Os bancos centrais da Arábia Saudita, do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos desceram os juros, após o passo dado pela Fed. O corte também foi de 25 pontos base e foi o segundo este ano, tal como a descida nos EUA. As divisas desses países estão ligadas ao dólar.
Argentina é um mundo à parte
E agora para algo completamente diferente: o banco central argentino aumentou a parte inferior do intervalo dos juros de 58% para os 78% em setembro, anunciando que em outubro descerá para 68%. Esta é a resposta aos valores elevados de inflação (acima de 50%) que se registam no país numa altura em que os investidores temem a instabilidade política. Há quem receie que a Argentina não cumpra o acordo com o FMI, que cedeu a maior tranche da sua história, e entre em incumprimento da dívida.
Hong Kong corta juros
Tal como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, Hong Kong tem a sua divisa ligada ao dólar pelo que tem de seguir os passos da Fed. O banco central baixa os juros em 25 pontos base para os 2,25% num momento em que os protestos anti-China e as disputas comerciais entre os EUA e a China estão a condicionar o dinamismo da economia.
Jordânia desce juros
O banco central da Jordânia cortou os juros em 25 pontos base para os 4,25% para tentar estimular a economia através da concessão de crédito através dos bancos. O FMI espera que a economia da Jordânia vá crescer 2,2% em 2019.
África do Sul mantém
O banco central da África do Sul manteve os juros diretores nos 6,5%, tal como era esperado pelos analistas. A economia sul-africana recuperou no segundo trimestre, após ter contraído nos primeiros três meses do ano. Tal como acontece no resto do mundo, os indicadores ligados ao comércio internacional estão a deteriorar-se.
Turquia desce juros
No mesmo dia do BCE, o banco central turco (num contexto diferente) também cortou os juros, mas de uma forma muito mais expressiva: 325 pontos base para os 16,5%. Em julho, a taxa estava nos 24% e passou para 19,75% na primeira mudança nos juros desde a crise da divisa turca, a lira, no ano passado por causa das sanções norte-americanas. O objetivo do Banco da Turquia é estimular a economia que foi atingida por uma recessão.
BCE anunciou pacote de estímulos
Após muita especulação, na passada quinta-feira, o BCE anunciou um novo pacote de estímulos com várias medidas: um corte da taxa de depósitos de -0,4% para -0,5%, um novo sistema de escalonamento nos depósitos dos bancos para aliviar a pressão na rentabilidade, condições mais favoráveis da terceira ronda de empréstimos "baratos" à banca (TLTRO III) e ainda o retomar do programa de compra de ativos a um ritmo de 20 mil milhões de euros por mês.
Fed "cede" aos mercados
A Reserva Federal norte-americano anunciou ontem um corte de juros em 25 pontos base para o intervalo entre 1,75% e os 2%, acompanhando a expectativa dos mercados financeiros. O presidente da Fed, Jerome Powell, admitiu ir mais longe nas medidas de estímulos à economia se for necessário, mas também pintou um cenário positivo dos indicadores económicos nos EUA. "Apesar de os gastos das famílias estarem a crescer a um ritmo robusto, o investimento fixo das empresas e as exportações ficaram mais débeis", realçava a Fed no comunicado divulgado ontem.