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Goldman culpa taxas negativas pelo fraco crescimento da economia europeia

Quando for escrita a história sobre as taxas negativas, vai concluir-se que não foi uma grande ideia, considera o CEO do Goldman Sachs.

Bloomberg
05 de Novembro de 2019 às 10:59
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David Solomon, CEO do Goldman Sachs, considera um erro a política de taxas de juro negativas na Europa, concluindo que esta estratégia do Banco Central Europeu está a travar a economia europeia.

 

"Penso que quando olharmos para trás nas taxas negativas, quando os livros forem escritos, não vai parecer que tenha sido uma grande ideia", disse o líder de um dos bancos mais relevantes de Wall Street.  

 

Em entrevista à Bloomberg TV, Solomon assinalou que "não há dúvida que nesta região do mundo o crescimento económico está atrasado e, na minha opinião, as taxas negativas não permitem uma aceleração do crescimento".

  

As críticas do CEO do Goldman Sachs às taxas negativas surgem num altura de mudança de liderança no Banco Central Europeu, embora Christine Lagarde tenha já deixado sinas que pretende manter uma política monetária ultra expansionista.

 

David Solomon junta-se assim a outros vozes na banca europeia, que têm deixado fortes criticas ao BCE por deixar as taxas de juro em terreno negativo, o que dificulta a rentabilidade do setor e a capacidade de captação de poupança dos europeus.

 

Para mitigar os efeitos das taxas negativas nas contas dos bancos, o BCE criou um sistema de escalões ("tiering") nos juros dos depósitos, que varia consoante os montantes que os bancos da Zona Euro depositam no banco central. Esta medida vai gerar uma poupança anual de quatro mil milhões de euros para os bancos europeus, segundo o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.

 

Precisamente para estimular a economia europeia, o BCE decidiu em setembro colocar a taxa de juro dos depósitos em -0,5% e reiniciou um programa de compra de ativos. Além disso, sinalizou que as taxas podem ficar em terreno negativo durante mais tempo do que o previsto anteriormente.  

 

O CEO do Goldman espera um regresso a taxas de juro positivas e reforçou que a atual política de taxas negativas "não é construtiva".

 

"Temo que quando olharmos para trás nesta experiência de taxas negativas, não vamos gostar do que vemos e dos desenvolvimentos", assinalou.

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