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Fed reitera paciência "durante algum tempo" em matéria de juros
As atas da última reunião da Reserva Federal dos EUA mostram que os responsáveis do banco central consideram que a abordagem paciente a uma mexida nas taxas de juro continua a ser adequada "durante algum tempo".
Os responsáveis pela política monetária da Reserva Federal (Fed) consideram que a abordagem "paciente" a qualquer mexida nos juros diretores continua a ser adequada "durante algum tempo", segundo as atas do banco central relativas à reunião de 30 de abril e 1 de maio.
"Os membros sublinharam que a abordagem paciente na determinação de futuros ajustes ao objetivo para a taxa dos fundos federais deverá ser apropriada durante algum tempo", revelam as atas divulgadas esta quarta-feira.
O documento confirma assim a mensagem que o presidente da Fed, Jerome Powell, passou a seguir à reunião do banco central, na qual disse que o nível das taxas de juro estava adequado por agora e que não há justificações sólidas para as subir ou descer.
As atas dizem também que os responsáveis da Fed se mostraram mais otimistas acerca das perspetivas económicas para os Estados Unidos este ano – sendo contudo de salientar que esta reunião da Reserva Federal decorreu antes de o presidente Donald Trump anunciar um aumento das tarifas sobre a importação de produtos chineses.
Por outro lado, muitos dos responsáveis do banco central norte-americano alinharam com Powell na visão de que a recente queda da inflação terá sido temporária.
Segundo a maioria, o recente alívio da inflação "deverá ser transitório" e os participantes na reunião de política monetária consideraram, de uma forma geral, que a abordagem paciente a quaisquer ajustamentos nos juros deverá ser consistente com uma expansão sustentada da atividade económica, condições robustas do mercado laboral e inflação perto do objetivo simétrico de 2% definido pelo Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla original).
Esta postura "mais paciente" defendida pela Fed desde janeiro, altura em que começou apenas a falar em "mexida nos juros" sem referir se seria para cima ou para baixo, levou a que muitos economistas e outros intervenientes colocassem a hipótese de o banco central travar o movimento de aumento das taxas diretoras e vir mesmo a descê-las. Mas, atualmente, as maiores apostas vão no sentido de um novo corte em finais deste ano se a inflação se mantiver persistentemente abaixo da meta de 2%.
Recorde-se que a Fed manteve, na sua última reunião, os juros diretores num intervalo compreendido entre 2,25% e 2,50%.
A próxima reunião de política monetária vai decorrer nos dias 18 e 19 de junho.
(notícia atualizada às 19:46)