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Cortes de juros? "Chegou o momento de ajustar" a política monetária, diz Powell

Em Jackson Hole, o presidente da Fed afirmou que a "direção é clara" e que os cortes estão por isso a caminho. Era o que o mercado queria ouvir.

A maioria dos investidores aposta agora que a Fed iniciará os cortes nas taxas diretoras em setembro.
Will Oliver/EPA
23 de Agosto de 2024 às 15:12
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"Chegou o momento de ajustar a política [monetária]". A frase foi proferida esta sexta-feira durante o discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole.

Para o líder da Fed, "a direção a seguir é clara". No entanto, "o momento e o ritmo dos cortes dos juros dependerão dos dados que forem chegando, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos".

Durante a sua intervenção, Powell explicou que "os riscos de subida da inflação diminuíram", enquanto "os riscos de descida do emprego cresceram", pelo que - e em linha com o que já tinha sido comunicado pela Fed após a última reunião em julho - o banco central "vai estar atento a ambos os riscos".

Refira-se que a Fed (ao contrário, por exemplo, do BCE) conta com dois mandatos: a estabilidade dos preços e o pleno emprego.

Para os mais céticos, que temem que uma redução das taxas de juro possa levar a um novo aumento dos preços, o líder da Fed deixou claro que com "um alívio apropriado da política [monetária] restritiva, há boas razões para acreditar que a inflação regressará à meta dos 2%, mantendo um mercado de trabalho robusto".  

Além de apontar para o futuro, Powell aproveitou a sua intervenção para fazer uma retrospetiva sobre a evolução da inflação desde a pandemia. O presidente da Fed reconheceu que a subida dos preços, que inicialmente foi classificada como "transitória", acabou por não o ser. 

Ainda assim, Powell sublinhou que o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) não ficou de braços cruzados a assistir ao aumento da inflação. "O FOMC não vacilou e cumpriu as suas responsabilidades e as nossas ações demonstraram força em relação ao compromisso de reestabelecer a estabilidade dos preços", declarou.

"Aumentámos a taxa de referência em 425 pontos base em 2022 e mais 100 pontos base em 2023", acrescentou Powell. Desde julho do ano passado, ou por outros números - há 12 reuniões consecutivas da Fed - que a taxa dos fundos federais se mantém inalterada num intervalo entre 5,25% e 5,5%. Por sua vez, A taxa de inflação homóloga nos Estados Unidos abrandou de 3% em junho para 2,9% em julho.

Powell afirmou ainda que "no final deste ano" a Fed vai rever a sua política, um gesto que a autoridade monetária vai repetir a cada cinco anos. 

(Notícia atualizada às 15:32 horas). 

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