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Constâncio: Só no final do ano BCE deverá comunicar o que fará aos estímulos

A autoridade monetária não antecipa qualquer turbulência nos mercados com a comunicação do BCE sobre o programa de estímulos.

O antigo secretário-geral do Partido Socialista e actual vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, lamentou a morte de Mário Soares como a perda do 'maior político português do século XX'. Numa declaração escrita enviada à Lusa, Constâncio sublinhou que 'democracia e participação no projecto europeu foram as ideias mestras pelas quais se bateu toda uma vida e que felizmente (...) conseguiu realizar', esperando 'que o país lhe saiba agradecer devidamente'. 'Pessoalmente, sinto a sua perda como a de um amigo que marcou a minha vida e que assim sempre recordarei', referiu Vítor Constâncio, que foi ministro das Finanças do então primeiro-ministro Mário Soares em 1978. O antigo governador do Banco de Portugal realçou que Mário Soares foi o mais influente político 'nos destinos estruturantes da modernidade' do país.
24 de Maio de 2017 às 13:33
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O Banco Central Europeu pretende efectuar uma alteração tranquila da sua actual política monetária e para não induzir volatilidade nos mercados, só antecipa comunicar mais perto do final do ano as alterações ao programa de estímulos.

 

"Os mercados entendem muito bem como funcionamos", pelo que "não receio qualquer problema ou turbulência em resultado das decisões de política monetária que venhamos a tomar", afirmou Vítor Constâncio, vice-governador do Banco Central Europeu, em entrevista à Bloomberg.

 

O BCE tem no terreno actualmente um agressivo programa de compra de dívida, que elevou o balanço da instituição para 2,3 biliões de euros e foi desenhado para combater a ameaça de deflação e impulsionar o crescimento económico. Com a inflação mais próxima da meta do banco central e a economia a dar sinais consistentes de recuperação, muitas são as vozes a defende que o BCE deveria começar já a dar sinais que os estímulos vão ser reduzidos.

 

Constâncio não vê pressa nesse anúncio, até porque para o português não existem ainda certezas que a inflação na Zona Euro esteja num ritmo sustentado de subida.

 

"Estamos comprometidos com um conjunto de instrumentos [de política monetária] até ao final do ano e temos que tomar decisões sobre o que fazer no futuro", disse Constâncio, acrescentando que essa comunicação da decisão terá que ser efectuada "antes do final do ano, na minha perspectiva mais perto do final do ano".

 

Questionado sobre se o BCE iria manter o programa de estímulos, mesmo se a inflação superar a fasquia dos 2%, Constâncio afirmou que "não antecipo esse cenário".   

 

Os responsáveis do BCE têm sinalizado que uma possível alteração ao programa de estímulos não será substancial e que não será anunciada tão cedo. Uma visão que contraria a perspectiva de vários economistas, que defendem que o BCE deveria alterar a sua linguagem já na reunião de 8 de Junho e com isso dar um sinal ao mercado.

 

"Não estamos lá ainda, temos de aprender a ser pacientes", afirmou Peter Praet, membro do Conselho Executivo do BCE. "É um debate para as próximas semanas e meses", acrescentou o responsável, afirmando que é importante acompanhar a trajectória da inflação.

 

Brexit não vai atrasar a recuperação da economia europeia 


Constâncio: Reino Unido tem mais a perder com Brexit
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O vice-governador do BCE deu uma entrevista à autoridade monetária sobre o relatório de estabilidade financeira da instituição. Veja o vídeo.

 

Numa outra entrevista, que o BCE publicou no seu canal no youtube, Constâncio afirmou que o Reino Unido tem mais a perder com a saída da União Europeia. "O Brexit é muito expressivo para o Reino Unido, mas tendo em conta o peso relativo, é muito menos significativo para o resto da União Europeia", afirmou, reforçando que o Brexit "não representa uma ameaça significativa ao processo de recuperação que está em curso na economia europeia".

 

As declarações de Constâncio surgem em linha com o conteúdo do relatório de estabilidade financeira publicado esta quarta-feira, 24 de Maio, pelo BCE. "O risco de a economia real da Zona Euro enfrentar restrições no acesso a financiamento e serviços financeiros de retalho devido à saída do Reino Unido da União Europeia parece ser limitado", refere a autoridade monetária.

 

O vice-governador do BCE acrescenta que o Brexit reforça a necessidade de a União Europeia criar um mercado de capitais único na região.

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