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Casalinho diz que agora é altura de emitir dívida, enquanto a "janela [do BCE] não fecha"

A presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, explica em entrevista ao Público que é preciso aproveitar agora para emitir dívida com juros muito baixos, porque isso pode mudar no futuro.

Cristina Casalinho
Negócios 17 de Fevereiro de 2021 às 10:07
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"O chão das taxas de juro baixas poderá já estar para trás de nós e portanto é tentar emitir enquanto esta janela não fecha", defende Cristina Casalinho, presidente do IGCP, numa entrevista ao jornal Público, esta quarta-feira. A presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, responsável por gerir os mais de 270 mil milhões de euros de dívida da República, explica que agora é a altura de ir pedir emprestado aos mercados.

A intervenção do Banco Central Europeu (BCE) nos mercados de dívida tem baixado muito os juros pedidos pelos investidores para financiar os países. Portugal é dos primeiros países a oferecer um juro positivo a quem lhe empresta dinheiro, pelo que a dívida nacional tem neste momento uma elevada procura, explica Cristina Casalinho. 

Porém, esta situação está fortemente influenciada pelo programa de compra de ativos lançado por causa da pandemia de covid-19, que tem como limite 2022, mas que até pode ser encurtado caso a economia responda positivamente. Ou seja, "há uma expectativa de que as taxas de juro podem não descer muito mais a partir de aqui", antecipa Cristina Casalinho.

No final do ano passado, o Tesouro português manteve uma almofada de liquidez maior. Mas Casalinho assegura que houve vários motivos para isso, não se justificando apenas pelo facto de os juros estarem baixos. Desde logo, o défice orçamental foi mais baixo do que o previsto, nota. Depois, há a preocupação de, estando a trabalhar com saldos orçamentais negativos, ter mais reservas nos cofres públicos, uma vez que as necessidades de financiamento são maiores. E por fim, lembra, a perspetiva de melhoria de rating da República ficou agora adiada devido à pandemia.
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