O Banco Central Europeu manteve a política monetária inalterada na reunião desta quinta-feira, 22 de Outubro, que decorreu em Malta, de acordo com um comunicado da autoridade monetária.

Apesar de a inflação ter voltado a mostrar sinais de deterioração, regressando a valores negativos em Setembro, esta era já a decisão esperada pela maioria dos analistas, que acreditam que a instituição monetária liderada por Mario Draghi apenas terá analisado uma possível extensão ou prolongamento do programa de compra de activos. Ainda assim, um anúncio de decisão só é esperado para Dezembro.

A taxa de juro de referência continua assim em 0,05%, o valor mais baixo de sempre onde se encontra desde Setembro de 2014. Os depósitos na autoridade monetária também continuam a custar dinheiro, já que a taxa segue nos -0,2%.

A descida da inflação da Zona Euro para -0,1% em Setembro levou vários economistas a pedirem mais actuação ao BCE, nomeadamente através do reforço do programa de compra de activos, algo a que Mario Draghi responde sempre da mesma forma: "O programa de compra de activos proporciona suficiente flexibilidade, no que toca ao ajustamento da respectiva dimensão, composição e duração."

"Acredito que o programa de compra de activos será alargado", disse Colin Bermingham ao Negócios, antes de conhecida a decisão do BCE. Mas o economista do BNP Paribas atira: "Não até Dezembro." "É pouco provável que aconteça em Outubro", considera também Kallum Pickering. O economista do Berenberg aponta que "é mais provável que aconteça em Dezembro, depois de o BCE publicar as novas previsões para a inflação e de ter tido mais tempo para analisar a evolução da economia no segundo semestre". Esta é, aliás, a perspectiva da maioria dos inquiridos pela Bloomberg. Entre 53 economistas, 81% acreditam que o BCE avançará com mais estímulos à economia e mais de metade destes aponta para Dezembro.

Mas como? Várias opções estão em cima da mesa, desde logo as compras serem prolongadas. O Morgan Stanley estima que o valor mensal pode passar de 60 mil milhões para 115 mil milhões de euros. Por outro lado, o banco norte-americano prevê que, se a opção recair sobre o prolongamento do programa, este poderá durar até Novembro de 2017. Várias são as estimativas de instituições financeiras, que apontam ainda uma terceira via: um corte na taxa de depósitos, que está actualmente em -0,20%.

A conferência de imprensa de Mario Draghi, agendada para as 13:30, dará mais pistas sobre o próximo passo da autoridade monetária. Pode acompanhar aqui a conferência em directo. 

(Notícia actualizada às 12:55 com mais informação)