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BCE reduz compra de obrigações apesar de preocupação com escalada dos juros
Na semana passada o BCE gastou 16,3 mil milhões de euros na compra de obrigações, o que representa o valor mais baixo em quatro semanas. Em vez de acelerar o programa de compras, o BCE optou por intervir no mercado através de palavras.
O Banco Central Europeu voltou a abrandar o ritmo de compra de obrigações ao abrigo do seu programa de emergência para conter os danos da pandemia, sugerindo que os responsáveis de política monetária estão a tentar limitar a alta dos juros da dívida pública com declarações e não com ações concretas no mercado.
As últimas semanas ficaram marcadas nos mercados com a subida das yields das obrigações para máximos de um ano em vários países europeus devido aos receios dos investidores com um disparo na inflação, a reboque da recuperação da economia.
Vários membros do BCE apressaram-se a deixar claro que o BCE iria manter intacto o seu programa de compras e que viam a subida dos juros de longo prazo com preocupação, uma vez que o agravamento dos custos de financiamento poderia ameaçar a recuperação económica.
Contudo, na semana passada o BCE gastou 16,3 mil milhões de euros na compra de obrigações, o que representa o valor mais baixo em quatro semanas.
Em vez de acelerar o programa de compras, o BCE optou por intervir no mercado através de palavras.
Fabio Panetta, membro do conselho executivo, adiantou hoje que a subida das yields "não é desejável e deve ser combatida". Acrescentou que o BCE "não pode hesitar em aumentar o ritmo de compras caso seja necessário".
O francês Francois Villeroy de Galhau afirmou ontem que o BCE "pode e deve reagir" para combater movimentos que possam abrandar o ritmo da recuperação económica. Luis de Guindos, que é vice-presidente do BCE, assinalou que a instituição monetária tem "a flexibilidade que é necessária para reagir se for necessário".