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BCE poderá reduzir apoios aos países endividados para os levar a aceder aos empréstimos da UE
O reforço dos estímulos do BCE poderá passar por um menor volume de compra de dívida aos países mais endividados, numa tentativa do banco central de tentar que estes recorram aos empréstimos da UE.
O Banco Central Europeu poderá disponibilizar um apoio menos generoso aos governos endividados quanto avançar no próximo mês com um pacote adicional de estímulos. Isto para os incentivar a candidatarem-se aos empréstimos da União Europeia associados a investimentos produtivos, avança a Reuters citando fontes conhecedoras do processo.
Na semana passada, o BCE, liderado por Christine Lagarde (na foto), prometeu introduzir mais medidas em dezembro, no sentido de ajudar os países da Zona Euro a lidarem com a segunda vaga da pandemia de covid-19 – e com os novos confinamentos daí decorrentes, que irão penalizar a atividade económica.
As quatro fontes que falaram à Reuters referiram que os responsáveis de política monetária do BCE estão a debater se o banco central deverá alargar o seu Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP), que lhe confere uma flexibilidade sem precedentes para comprar dívida de qualquer país em apuros, ou alargar o seu normal Programa de Compra de Ativos (APP – asset purchase programme) – no âmbito do qual as compras devem refletir a dimensão relativa de cada país.
Isto porque o PEPP fez cair de tal maneira os custos de financiamento de governos endividados, como os de Espanha e Portugal, que estes estão a evitar os empréstimos da UE associados aos investimentos "verdes" e na área digital e a preferir financiar-se no mercado obrigacionista, salienta a Reuters.
A composição do pacote de medidas deverá ser decidida na reunião de 10 de dezembro do Banco Central Europeu e as fontes contactadas pela agência noticiosa dizem que poderá ser encontrada uma solução de compromisso, com o alargamento em simultâneo do PEPP e do APP, mas com o PEPP a manter-se como principal instrumento.