Notícia
BCE afasta nova descida de juros e mantém estímulos
O Banco Central Europeu (BCE) manteve juros e estímulos, mas eliminou do seu comunicado a possibilidade de baixar juros, um sinal que está mais confiante e poderá estar mais perto de normalizar a política monetária. Mario Draghi apresenta às 13:30 novas previsões económicas.
O BCE manteve inalterada a taxa de juro central em 0%, continuará a cobrar 0,4% pelos depósitos dos bancos em Frankfurt, e continuará a comprar 60 mil milhões de euros de títulos por mês na Zona Euro. O anúncio foi feito pelo Banco Central Europeu em comunicado, do qual eliminou a referência à possibilidade de baixar novamente juros na Zona Euro para responder a uma eventual degradação das condições económicas da região. A alteração indicia que o banco central está mais seguro quanto à sustentabilidade da recuperação da economia e da inflação, e poderá sinalizar que está mais próximo de normalizar a política monetária.
"Na reunião de hoje, que teve lugar em Tallinn, o Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0.00%, 0.25% e -0.40%, respetivamente", lê-se no comunicado, onde acrescenta que "o Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis actuais durante um período alargado e muito para além do horizonte das compras líquidas de ativos". Na reunião de final de Abril, o texto incluía a possibilidade de baixar juros, lendo-se que: "O Conselho do BCE continua a esperar que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis actuais ou em níveis inferiores (...)".
Esta alteração de linguagem do BCE não teve impacto significativo nos mercados, com as bolsas europeias a manterem a tendência positiva e o euro a desvalorizar face ao dólar.
O comunicado, divulgado às 12:45, antecede em 45 minutos a conferência de imprensa de Mario Draghi, na qual apresentará novas previsões de crescimento e inflação para a Zona Euro, e onde será questionado sobre a perspectiva do banco central para os próximo meses. Neste momento, a expectativa é que o BCE esclareça depois do Verão por quanto tempo e em que condições continuará a estimular a economia da Zona Euro.
Os últimos dados sobre a evolução da economia da Zona Euro dão conta de uma melhoria das condições de crescimento na região, com a inflação a evidenciar um comportamento volátil e muito dependente dos preços energéticos.
O Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia, confirmou hoje o crescimento homólogo de 1,9% na Zona Euro, com Portugal (2,8%) a registar o oitavo maior valor da união monetária, e a Grécia a registar o pior valor (0,4%). O Eurostat não avançou dados para Irlanda e Luxemburgo.
Na última reunião de política monetária, no final de Abril, Mario Draghi explicou que na avaliação do banco central os riscos económicos para a Zona Euro baixaram, nomeadamente pelo facto da recuperação estar a sentir-se num maior número de países, e de ser mais baseada no consumo interno, mas notou também que a evolução da inflação a caminho dos 2% de meta do BCE ainda não convencia os governadores da sua sustentabilidade.
Entretanto, a inflação na Zona Euro caiu para 1,4% em Maio, avançou o Eurostat no final de Maio na sua estimativa rápida, descendo dos 1,9% registados em Abril. Trata-se do valor mais baixo do ano. A inflação subjacente, que exclui energia e alimentos, caiu de 1,2% para 1%.
Na conferência de imprensa de hoje analistas e investidores estarão atentos a quaisquer sinais que possam indicar qual a flexibilidade que o BCE poderá acrescentar ao seu programa de compras: quanto mais flexível, maior a probabilidade de ser prolongado. O caso alemão receberá especial atenção pois, tal como o Negócios destacou, o BCE tem vindo a comprar títulos germânicos num volume inferior à chave de capital.
(em actualização)
"Na reunião de hoje, que teve lugar em Tallinn, o Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0.00%, 0.25% e -0.40%, respetivamente", lê-se no comunicado, onde acrescenta que "o Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis actuais durante um período alargado e muito para além do horizonte das compras líquidas de ativos". Na reunião de final de Abril, o texto incluía a possibilidade de baixar juros, lendo-se que: "O Conselho do BCE continua a esperar que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis actuais ou em níveis inferiores (...)".
O comunicado, divulgado às 12:45, antecede em 45 minutos a conferência de imprensa de Mario Draghi, na qual apresentará novas previsões de crescimento e inflação para a Zona Euro, e onde será questionado sobre a perspectiva do banco central para os próximo meses. Neste momento, a expectativa é que o BCE esclareça depois do Verão por quanto tempo e em que condições continuará a estimular a economia da Zona Euro.
Os últimos dados sobre a evolução da economia da Zona Euro dão conta de uma melhoria das condições de crescimento na região, com a inflação a evidenciar um comportamento volátil e muito dependente dos preços energéticos.
O Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia, confirmou hoje o crescimento homólogo de 1,9% na Zona Euro, com Portugal (2,8%) a registar o oitavo maior valor da união monetária, e a Grécia a registar o pior valor (0,4%). O Eurostat não avançou dados para Irlanda e Luxemburgo.
Na última reunião de política monetária, no final de Abril, Mario Draghi explicou que na avaliação do banco central os riscos económicos para a Zona Euro baixaram, nomeadamente pelo facto da recuperação estar a sentir-se num maior número de países, e de ser mais baseada no consumo interno, mas notou também que a evolução da inflação a caminho dos 2% de meta do BCE ainda não convencia os governadores da sua sustentabilidade.
Entretanto, a inflação na Zona Euro caiu para 1,4% em Maio, avançou o Eurostat no final de Maio na sua estimativa rápida, descendo dos 1,9% registados em Abril. Trata-se do valor mais baixo do ano. A inflação subjacente, que exclui energia e alimentos, caiu de 1,2% para 1%.
Na conferência de imprensa de hoje analistas e investidores estarão atentos a quaisquer sinais que possam indicar qual a flexibilidade que o BCE poderá acrescentar ao seu programa de compras: quanto mais flexível, maior a probabilidade de ser prolongado. O caso alemão receberá especial atenção pois, tal como o Negócios destacou, o BCE tem vindo a comprar títulos germânicos num volume inferior à chave de capital.
(em actualização)