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Banco de Inglaterra corta juros para mínimo histórico de 0,25%

A instituição liderada por Mark Carney decidiu cortar os juros no Reino Unido pela primeira vez desde Março de 2009. A decisão acontece mais de um mês depois do referendo sobre o Brexit.

Bloomberg
04 de Agosto de 2016 às 12:04
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O Banco de Inglaterra decidiu esta quinta-feira, 4 de Agosto, cortar a taxa de juro de referência em 25 pontos-base para o mínimo histórico de 0,25%, sinalizando que poderá haver uma nova descida para um nível próximo de zero até ao final do ano. Este corte, que é o primeiro no Reino Unido desde Março de 2009, já era antecipado pela maioria dos economistas. 

Além do corte dos juros, a autoridade liderada por Mark Carney anunciou um conjunto de outras medidas para estimular a economia e garantir um regresso sustentável da inflação à meta de 2%: a compra de 10 mil milhões de libras de dívida de empresas nos próximos 18 meses, o aumento das compras de dívida pública em 60 mil milhões de libras para um total de 435 mil milhões, e medidas para mitigar o impacto dos juros baixos nos bancos. 

A decisão de cortar os juros já era esperada na reunião de política monetária do mês passado, que decorreu poucos dias depois de os britânicos terem votado a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. Contudo, o banco central preferiu não fazer qualquer alteração nessa data, sinalizando que, em Agosto, poderiam chegar estímulos à economia.

As medidas anunciadas esta quarta-feira são uma resposta do Banco de Inglaterra ao Brexit, uma decisão que deteriorou as estimativas para a economia do Reino Unido. O banco central antecipa que o PIB vai subir apenas 0,1% no terceiro trimestre, e 2%, no conjunto do ano. Para 2017, as previsões para o crescimento foram revistas em baixo de 2,3% para 0,8%.  

"Depois da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, a taxa de câmbio caiu e as estimativas para o crescimento no curto a médio prazo deterioraram-se de forma acentuada", lê-se nas minutas da reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra. 

As novas previsões do Banco de Inglaterra para o crescimento da economia no terceiro trimestre são ligeiramente mais negativas do que as do instituto nacional de estatística que antecipa uma subida do PIB de 0,2% no trimestre.

Contudo, o National Institute of Economic and Social Research estima uma probabilidade de 50% de o Reino Unido entrar em recessão nos próximos 18 meses, já que o Brexit deverá dar origem à eliminação de 320 mil postos de trabalho até Setembro.

No período entre Abril e Junho, a economia britânica superou todas as estimativas, com um crescimento de 0,6%, depois do avanço de 0,4% nos primeiros três meses do ano. 

 
O Footsie, que oscilou entre ganhos e perdas ligeiras durante toda a manhã, reagiu em alta aos anúncios do banco central. O índice londrino sobe, nesta altura, 1,27%. Já a libra está em queda face às principais congéneres. A moeda britânica desce 1,39% face ao dólar e 1,12% contra o euro. 

(Notícia actualizada às 12:35)

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