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Banco Central do Brasil eleva taxa de juro pela primeira vez desde 2015

O Comité de Política Monetária (Copom) do banco central decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa de juro, dos 2,0% que mantinha desde agosto passado para 2,75%, de forma a tentar conter o avanço da inflação no país.

27- Brasil (44,1)
Sergio Moraes
17 de Março de 2021 às 23:44
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O Banco Central do Brasil elevou hoje, pela primeira desde 2015, a taxa básica de juros, num aumento de 0,75 pontos percentuais, passando do mínimo histórico de 2% para 2,75%.

O Comité de Política Monetária (Copom) do banco central decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa de juro, dos 2,0% que mantinha desde agosto passado para 2,75%, de forma a tentar conter o avanço da inflação no país.

"O Comité entende que essa decisão reflete o seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospetiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, principalmente, o de 2022", indicou o Banco Central em comunicado.

"Na avaliação do Comité, uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos. Além disso, o amplo conjunto de informações disponíveis para o Copom sugere que essa estratégia é compatível com o cumprimento da meta em 2022, mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social", acrescentou.

O aumento hoje anunciado, apesar de já esperado por parte dos analistas do mercado financeiro, foi superior aos 0,50 pontos percentuais previstos.

Com a subida de hoje, o Banco Central tenta também conter a forte valorização do dólar e as pressões inflacionistas. O índice de preços situou-se em 5,20% nos últimos 12 meses, muito próximo do teto da meta fixada pelo Governo para este ano, que é de 3,75%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais.

O Governo brasileiro elevou hoje a sua projeção de inflação para este ano, dos 2,94% projetados em novembro último para 4,42%, projeção ligeiramente inferior à elaborada pelos especialistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central, que preveem que chegue a 4,60%.

No seu relatório, o Banco Central indicou que na próxima reunião manterá o "processo de normalização parcial do estímulo monetário" com "outro ajuste de mesma magnitude", o que sugere novo aumento de 0,75 pontos percentuais, desde que haja não hajas "mudanças significativas" nas projeções de inflação ou no balanço de riscos.

A última vez que o Copom elevou a taxa diretora foi em julho de 2015, quando passou de 13,75% para 14,25%.

Essa taxa foi mantida até meados de 2016, quando o Banco Central iniciou uma baixa sustentada dos juros que se acelerou em 2019 e parte de 2020. Desde agosto do ano passado, as taxas permaneceram no mínimo histórico de 2% com o objetivo de elevar o crescimento da maior economia sul-americana.

O produto interno bruto (PIB) brasileiro caiu 4,1% no ano passado, o pior resultado anual desde 1996 - e em 2021, segundo economistas consultados pelo Banco Central, crescerá 3,23%, em linha com a previsão do executivo.

O Banco Central destacou, no seu comunicado, que os indicadores mais recentes mostram uma "recuperação consistente" da economia brasileira, apesar da redução no valor dos subsídios concedidos pelo Governo aos desempregados, trabalhadores informais e famílias mais pobres.

No entanto, frisou que as projeções ainda "não contemplam os possíveis efeitos recentes do aumento do número de casos de covid-19", que ultrapassam 11,6 milhões após registar mais de 90 mil infeções nas últimas 24 horas.
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