Notícia
Von der Leyen reúne-se com Joe Biden em altura de tensões por novos subsídios nos EUA
A lei norte-americana da redução da inflação, que entrou em vigor em agosto do ano passado, tem por objetivo reduzir os custos para os norte-americanos, abrangendo, por exemplo, investimentos no setor da energia e subsídios para veículos elétricos, baterias e projetos de energia renovável.
05 de Março de 2023 às 16:24
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai reunir-se esta semana com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, numa altura de tensões entre Bruxelas e Washington pelos subsídios às empresas norte-americanas, prejudiciais para companhias europeias.
Na segunda-feira, a líder do executivo comunitário inicia uma viagem à América do Norte, começando primeiro pelo Canadá, onde se encontrará com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e seguindo depois na quarta-feira para os Estados Unidos para aquela que será a sua segunda reunião com Joe Biden na Casa Branca na sexta-feira desde que o democrata substituiu Donald Trump em 2021.
De acordo com fontes de Bruxelas e de Washington, em cima da mesa no encontro estará -- além da cooperação em matéria de tecnologia limpa, energia e diversificação do abastecimento energético à Europa, o apoio à Ucrânia e as relações com a China -- a recente lei dos Estados Unidos contra a inflação, que prevê apoios diretos às empresas norte-americanas para investimentos sustentáveis, o que coloca as companhias europeias em desvantagem.
Nos últimos meses, as relações transatlânticas têm sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias limpas com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros), o que é considerado discriminatório, contrário às regras da Organização Mundial do Comércio e que, juntamente com a escalada dos preços da energia, ameaça levar as empresas europeias a abandonar o continente.
Desde então, Bruxelas iniciou negociações com Washington com o objetivo de conseguir um tratamento favorável para as empresas europeias, na linha do que as empresas mexicanas e canadianas irão receber, mas ainda não houve um acordo, apesar de nos últimos dias ambas as partes terem reconhecido progressos.
Pela falta de garantias dos Estados Unidos, a UE está a trabalhar no seu próprio plano para fornecer incentivos às tecnologias limpas europeias, proposta que a Comissão Europeia planeia finalizar em meados deste mês e que deverá conter regras para melhorar o fornecimento de matérias-primas críticas e aumentar o fabrico de tecnologia limpa em solo europeu, bem como uma reforma do mercado da eletricidade, que é considerada fundamental para tornar a luz mais barata.
A lei norte-americana da redução da inflação, que entrou em vigor em agosto do ano passado, tem por objetivo reduzir os custos para os norte-americanos, abrangendo, por exemplo, investimentos no setor da energia e subsídios para veículos elétricos, baterias e projetos de energia renovável.
Contudo, muitos destes subsídios só incluem produtos fabricados nos Estados Unidos.
Em dezembro passado, numa carta enviada aos líderes da UE, Ursula von der Leyen propôs mudanças nas regras das ajudas estatais, em 2023, para enfrentar o "duplo desafio" de regras norte-americanas contra inflação e crise energética.
Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão Europeia disse na missiva querer "investimento público europeu para acelerar a transição energética".
Por reconhecer que "nem todos os Estados-membros têm o espaço orçamental para os auxílios estatais", a responsável afirmou ser necessário "encontrar uma solução estrutural para impulsionar a indústria de tecnologia limpa na Europa", estando em causa um novo fundo soberano que será proposto no próximo verão.
ANE // ZO
Lusa/fim
Na segunda-feira, a líder do executivo comunitário inicia uma viagem à América do Norte, começando primeiro pelo Canadá, onde se encontrará com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e seguindo depois na quarta-feira para os Estados Unidos para aquela que será a sua segunda reunião com Joe Biden na Casa Branca na sexta-feira desde que o democrata substituiu Donald Trump em 2021.
Nos últimos meses, as relações transatlânticas têm sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias limpas com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros), o que é considerado discriminatório, contrário às regras da Organização Mundial do Comércio e que, juntamente com a escalada dos preços da energia, ameaça levar as empresas europeias a abandonar o continente.
Desde então, Bruxelas iniciou negociações com Washington com o objetivo de conseguir um tratamento favorável para as empresas europeias, na linha do que as empresas mexicanas e canadianas irão receber, mas ainda não houve um acordo, apesar de nos últimos dias ambas as partes terem reconhecido progressos.
Pela falta de garantias dos Estados Unidos, a UE está a trabalhar no seu próprio plano para fornecer incentivos às tecnologias limpas europeias, proposta que a Comissão Europeia planeia finalizar em meados deste mês e que deverá conter regras para melhorar o fornecimento de matérias-primas críticas e aumentar o fabrico de tecnologia limpa em solo europeu, bem como uma reforma do mercado da eletricidade, que é considerada fundamental para tornar a luz mais barata.
A lei norte-americana da redução da inflação, que entrou em vigor em agosto do ano passado, tem por objetivo reduzir os custos para os norte-americanos, abrangendo, por exemplo, investimentos no setor da energia e subsídios para veículos elétricos, baterias e projetos de energia renovável.
Contudo, muitos destes subsídios só incluem produtos fabricados nos Estados Unidos.
Em dezembro passado, numa carta enviada aos líderes da UE, Ursula von der Leyen propôs mudanças nas regras das ajudas estatais, em 2023, para enfrentar o "duplo desafio" de regras norte-americanas contra inflação e crise energética.
Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão Europeia disse na missiva querer "investimento público europeu para acelerar a transição energética".
Por reconhecer que "nem todos os Estados-membros têm o espaço orçamental para os auxílios estatais", a responsável afirmou ser necessário "encontrar uma solução estrutural para impulsionar a indústria de tecnologia limpa na Europa", estando em causa um novo fundo soberano que será proposto no próximo verão.
ANE // ZO
Lusa/fim