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Rouhani em tour europeia para fechar contratos de milhares de milhões

No seguimento do acordo nuclear, que levou ao levantamento das sanções sobre o Irão este ano, o presidente Hassan Rohani visita Roma e Paris, onde deverá fechar acordos de milhares de milhões de euros com empresas europeias.

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Iran's Rouhani Shops for Cars, Jets on European Visit
25 de Janeiro de 2016 às 12:29
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Aviões, carros, oleodutos. Na primeira visita à União Europeia desde que foi eleito, em 2013, é expectável que Rouhani aproveite o périplo para fechar contratos com empresas italianas e francesas, entre elas a Saipem, a Airbus e a Peugeot. Além disso, o presidente iraniano tem encontros marcados com Renzi, com o Papa e com Hollande.

O presidente iraniano Hassan Rouhani chega esta segunda-feira a Itália, a primeira paragem da sua tour europeia, tendo marcados na agenda encontros com o primeiro-ministro Matteo Renzi e com o Papa Francisco. Na quarta-feira segue para Paris, onde se deverá encontrar com Francois Hollande.

Além dos encontros oficiais, Rouhani segue com uma outra missão, a de chegar a acordo com empresas europeias, sendo que só na Itália é expectável que feche negócios no valor de 17 mil milhões de euros, de acordo com uma entidade oficial italiana referida pela Bloomberg, que pediu para não ser identificada porque a informação não é ainda pública.

Avança o La Repubblica que entre os negócios com empresas italianas está o contrato com a Saipem no valor de 5 mil milhões de euros para a construção de oleodutos.

Já em França, é esperado que Rouhani finalize a compra de 114 aviões Airbus para revitalizar a frota iraniana e que assine acordos com a Peugeot e com a Renault, escreve a Bloomberg.

O acordo com a Airbus pode incluir o super-avião A380, assim como aviões da família do A320, informou Farhad Parvaresh, presidente executivo da Iran Air, empresa de aviação estatal. Os primeiros dos 114 aviões a ser encomendados devem ser entregues antes de 21 de Março, avançou a Mehr Newsa, fazendo referência a informações avançadas pelo ministro dos Transportes Abbas Akhoundi.

"Precisamos de 400 aeronaves de longo curso e de 100 aviões de curta distância", disse o ministro dos Transportes, citado pela Lusa. O Irão tem actualmente 256 aeronaves, das quais "150 estão actualmente operacionais (...), com uma média de idade de cerca de 20 anos", acrescentou Akhoundi.

Das asas para as quatro rodas, a produtora automóvel iraniana Iran Khodro, uma das maiores empresas do sector no país, está a negociar uma parceria com a PSA Peugeot Citroen no valor de 500 milhões de euros, avançou a agência de informação Tasnim este Domingo.

A "expansão de laços entre o Irão e países da União Europeia está entre as políticas de Teerão", disse Rouhani antes de partir para Roma, de acordo com a agência de notícias Fars. "Devemos aproveitar o clima pós sanções para desenvolver o país e criar emprego", acrescentou.

O Irão procura aproveitar os benefícios do acordo nuclear que conduziu ao levantamento das sanções sobre o país para atrair investimento, necessário para revitalizar a economia e recuperar o emprego. Segundo o governador do banco central iraniano, citado pela Bloomberg, o levantamento de sanções pode atrair pelo menos 50 mil milhões de dólares (cerca de 46 mil milhões de euros) por ano em investimento estrangeiro.


O acordo sobre o programa nuclear com o Irão foi alcançado em Julho de 2015. No âmbito do mesmo, as sanções impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e as Nações Unidas seriam levantadas, e, em troca, o Irão concordava em colocar restrições a longo prazo nos programas nucleares que os países ocidentais suspeitavam ter como objectivo criar uma bomba nuclear.


Em Janeiro deste ano, Agência Internacional de Energia Atómica confirmou que o Irão cumpriu as exigências para por em marcha o acordo nuclear assinado em Julho, o que levou os Estados Unidos, ONU e a União Europeia a levantar as sanções.


Depois de um ano difícil, a economia iraniana poderá estar a caminho de uma taxa de crescimento anual de 6% em 2016 e 2017, segundo as estimativas do Banco Mundial, e que estão dependentes do levantamento de todas as sanções económicas ao país.


Entretanto, a 23 de Janeiro, a visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Irão iniciou um "novo capítulo" nas relações entre Pequim e Teerão, com Rouhani a avançar que na próxima década os intercâmbios comerciais entre os dois países deverão somar 600.000 milhões de dólares (cerca de 556 milhões de euros).



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