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Reino Unido diz que sanções a bancos russos envolvem congelamento de bens
O Reino Unido explicou terça-feira que as sanções anunciadas contra cinco bancos russos, em retaliação ao reconhecimento de Moscovo das regiões separatistas ucranianas, envolvem o congelamento de bens, de acordo com agência de notícias independente russa Interfax.
23 de Fevereiro de 2022 às 00:21
"Os ativos dos cinco bancos russos envolvidos no financiamento da ocupação russa estão congelados, a decisão entra em vigor imediatamente", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss.
Os bancos abrangidos são o IS Bank, General Bank, Black Sea Bank, que operam na Crimeia, e o Promsvyazbank (Moscovo) e o Rossiya Bank (São Petersburgo).
O montante do financiamento fornecido às empresas da indústria de defesa é de 1,5 biliões de rublos, disse o líder do Promsvyazbank, Pyotr Fradkov, numa reunião com o Presidente russo, Vladimir Putin, em dezembro passado.
O Rossiya Bank já se encontra na lista de sanções dos Estados Unidos desde 2014, o que implica as restrições mais rigorosas possíveis, incluindo o bloqueio de propriedades e contas, como a proibição de manter relações comerciais.
Os atuais acionistas da instituição bancária são desconhecidos, pois o Kremlin permitiu que os bancos sancionados não divulgassem informações sobre os seus beneficiários. O banco ocupa o 12.º lugar no 'ranking' Interfax-100.
O General Bank, que opera na Crimeia, é da propriedade do Rossiya Bank, estando também sob sanções há oito anos.
As novas sanções, segundo a presidente do conselho de administração, Elena Blinova, não vão afetar a posição financeira e as operações do banco.
Também na Crimeia o Black Sea Bank, que pertence ao governo local, está sob sanções dos Estados Unidos há vários anos.
Apesar de estar registado em Moscovo, o IS Bank realiza operações na Crimeia, a partir de Simferopol, estando já incluindo na lista de sanções norte-americanas desde 2017.
O Reino Unido anunciou hoje sanções contra três oligarcas conhecidos por serem próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e contra cinco bancos russos, em retaliação ao reconhecimento de Moscovo das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste ucraniano.
Os multimilionários visados são Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e o sobrinho deste último, Igor Rotenberg, revelou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no Parlamento.
Johnson avisou ter outras sanções "prontas" para serem introduzidas juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia (UE) se o conflito continuar a escalar.
"Esta é a primeira parcela, a primeira carga do que estamos preparados para fazer e temos mais sanções prontas para serem impostas", afirmou.
O pacote de sanções foi anunciado depois de uma reunião de emergência de ministros e altos funcionários, realizada hoje de manhã, no chamado comité de segurança Cobra.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, adiantou também que o embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin, foi chamado "para explicar a violação do direito internacional pela Rússia e o desrespeito à soberania da Ucrânia".
O chefe do Governo britânico disse aos deputados antecipar uma "longa crise" na Ucrânia tendo em conta que Putin ordenou o envio de tropas para alegadas operações de "manutenção da paz" nas regiões de Donetsk e Lugansk.
"Não posso dizer o que acontecerá nos próximos dias, mas devemos esperar uma longa crise", disse Boris Johnson.
Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.
A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e separatistas pró-Rússia fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e ordenou a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de "manutenção da paz".
A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que já anunciaram ou estão a preparar sanções económicas contra a Rússia.