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Reforma fiscal de Trump também reduz impostos aos mais ricos

Além da redução do imposto que incide sobre os lucros das empresas para uma taxa de 15% que já havia sido confirmado pelo Tesouro, a reforma fiscal da administração Trump simplifica o regime fiscal aplicado aos rendimentos, reduzindo a carga de impostos a empresas e famílias, incluindo aos mais ricos.

Reuters
26 de Abril de 2017 às 20:14
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O plano para a aguardada reforma fiscal prometida por Donald Trump foi conhecido esta quarta-feira, 26 de Abril, e confirma a promessa do presidente dos Estados Unidos de baixar os impostos a famílias e empresas.

 

Na apresentação oficial da reforma que terá ainda de ser negociada no Congresso, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin reiterou que se trata do "maior corte fiscal" da história dos Estados Unidos, que inclui um enorme corte aos impostos que recaem sobre as empresas e cujo objectivo é tornar as empresas americanas mais competitivas.

 

No que diz respeito aos impostos que recaem sobre os rendimentos dos singulares (IRS), a reforma propõe uma simplificação através da redução dos actuais sete escalões para apenas três, de 35%, 25% e 10%, não sendo ainda claro quais as faixas de rendimentos que irão ser incluídas debaixo de cada um dos referidos escalões. O escalão de IRS mais elevado é actualmente de 39,5%.   

 
Esta simplificação do regime de IRS permite reduzir os impostos aplicados à generalidade dos americanos, incluindo aos mais ricos. Elimina ainda todas as deduções fiscais excepto as relacionadas com créditos imobiliários e contribuições feitas a instituições de caridade.

Os cidadãos americanos mais ricos vão também beneficiar com o fim da taxa de 3,8% que é aplicada aos investimentos em imobiliário, fundos e outros activos, feitos por contribuintes com rendimentos anuais acima de 200 mil dólares.

 

Já confirmada esta manhã pelo próprio Mnuchin tinha sido a redução do IRC de 35% para 15%. Outra promessa que este plano promete cumprir passa pelo estabelecimento de um "imposto único extraordinário" sobre os milhões declarados pelas multinacionais em território não americano. Contudo, apesar de a imprensa ter noticiado que tal taxa deverá ser fixada em 10%, Mnuchin notou que não foi ainda estipulada qual a taxa a aplicar.

 

A taxa mínima alternativa (AMT na sigla inglesa, um imposto complementar aplicado a empresas ou indivíduos que beneficiam de isenções) e o imposto de propriedade (aplicado à transferência de património de uma pessoa morta) vão deixar de existir.

 

Uma das promessas de Trump que como se esperava parece ficar por cumprir é a criação de uma taxa sobre os produtos importados. O plano hoje conhecido não inclui o imposto aduaneiro de "ajustamento", embora inclua a defesa da adopção de um regime fiscal "territorial" que, ao mesmo tempo que isenta de impostos os lucros conseguidos pelas empresas americanas no estrangeiro, beneficia as companhias que mantenham as respectivas sedes nos EUA.

 

Numa altura em que a administração liderada por Donald Trump festeja os primeiros 100 dias na Casa Branca, o presidente americano estava sobre forte pressão dos mercados devido ao atraso na apresentação do seu plano económico, incluindo os prometidos cortes fiscais.

 

"Queremos avançar o quanto antes" com a concretização deste plano, afiançou esta tarde Steven Mnuchin que assegura que esta reforma fiscal contribuirá para "criar crescimento económico e empregos".

Este plano deverá merecer a oposição de boa parte do campo democrata, desde logo porque a redução de impostos irá beneficiar também mesmo os rendimentos dos mais ricos. Bernie Sanders, senador do Vermont e candidato derrotado nas primárias democratas do ano passado, reagiu no Twitter criticando as opções de Donald Trump.

"Temos uma economia viciada, desenhada para beneficiar os americanos mais ricos e as maiores empresas. O plano fiscal de Trump iria tornar o sistema pior", atirou Sanders. 

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