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Casa Branca garante cortes de impostos autofinanciados, economistas duvidam

A Casa Branca garantiu que os cortes de impostos que anunciou esta quarta-feira não têm implicações orçamentais e se autofinanciarão, através do estímulo ao crescimento da economia, mas vários economistas questionam esta visão.

27 de Abril de 2017 às 00:41
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"Acredito firmemente no 'dynamic scoring'" (contabilidade dinâmica), repete sem parar o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin (na foto), evocando este método que mede o impacto das reduções de impostos na dimensão da economia e no crescimento desta.

 

Segundo este conceito, as reduções de impostos, se forem significativas, vão alimentar o crescimento, que, por sua vez, vai gerar mais rendimentos e assim mais receitas fiscais para o Estado.

 

A lógica subjacente é a de uma profunda mudança no código fiscal que, como pretende a Casa Branca, pode levar um empresário a contratar ou investir mais e um consumidor a gastar mais.

 

Mnuchin assegurou que as reduções de impostos "vão financiar-se a si próprias" e que com os esforços de desregulação da economia, o crescimento vai duplicar o seu ritmo de cruzeiro para 3% ou mais, em vez dos 1,6% registados em 2016 ou dos menos de 2% registados em média na última década.

 

Mas vários economistas rejeitam esta perspectiva optimista do impacto das reduções de impostos. "Nunca houve uma única análise credível na base do 'dynamic scoring' para sugerir que as reduções de impostos são autofinanciáveis", afirmou à AFP o presidente do centro de estudos económicos American Action Forum, Douglas Holtz-Eakin.

 

Para este republicano, antigo director do Gabinete do Congresso para o Orçamento (CBO, na sigla em Inglês), é verdade que as reduções de impostos podem ter um impacto, mas apenas fragmentário, no aumento dos rendimentos.

 

"Se você reduzir os impostos em um dólar, pode ser que a economia avance mais depressa e permita uma receita suplementar de 30 ou 25 cêntimos. Isto reduz o declínio das receitas do Estado", que teria sido de um dólar. "Mas você tem ainda um défice de 70 ou 75 cêntimos. Não pode contar com o crescimento para resolver este problema", acrescentou este antigo conselheiro económico do republicano John McCain, candidato à Presidência em 2008.

 

Mark Mazur, ex-secretário do Tesouro adjunto durante a Presidência de Barack Obama, com o dossier das receitas fiscais, também se declara céptico. "Desconheço qualquer caso em que uma redução de impostos se tenha autofinanciado", disse à AFP este antigo responsável democrata, actual director de investigações fiscais na Brookings.

 

Em contraposição, cita as subidas de impostos decididas pelo Presidente democrata Bill Clinton, em 1993, que não impediram o crescimento da economia nos anos seguintes, nem o reequilíbrio orçamental alguns anos depois. 

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