Notícia
Primeiro encontro EUA-China da era Biden marcado por novas tensões
Direitos humanos, trocas comerciais e alianças internacionais vieram para cima da mesa entre acusações mútuas.
As primeiras conversações de alto nível entre os Estados Unidos e a China desde que Joe Biden foi eleito presidente foram reveladoras da tensão latente entre as duas maiores economias do mundo.
No arranque do encontro, na quinta-feira, ambas as partes foram duras nas críticas. Direitos humanos, trocas comerciais e alianças internacionais vieram para cima da mesa entre acusações mútuas. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Bliken, declarou-se preocupado em relação a ciberataques, ao tratamento de minorias muçulmanas na China e um controlo crescente do gigante asiático em relação a Hong Kong.
De acordo com Blinken, "A alternativa a um mundo baseado em regras é um mundo em que o "poder fazer" dita o correto e em que o vencedor fica com tudo, e esse seria um mundo bem mais violento e instável".
Do lado chinês, um membro do Partido Comunista, Yang Jiechi, fez um "longo monólogo", segunda a descrição da Bloomberg, no qual defendeu que as nações do Ocidente não representam a opinião pública global.
Aproveitou ainda para classificar os Estados Unidos como o "campeão" dos ciberataques. "Muitas pessoas nos Estados Unidos têm, na verdade, pouca confiança na democracia dos Estados Unidos", afirmou ainda Yang, apontando para a morte de afro-americanos e para o movimento Black Lives Matter.
Yang concluiu, depois desta introduão, que os comentários de Blinken não foram "normais" e justificou com isso o facto de a sua resposta "também não o ser".
Na reação, tanto Blinken como o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, se pronunciaram. Este último afirmou-se "confiante" de que os Estados Unidos são capazes de olhar para as suas "falhas" e "melhorar constantemente", chamando a esta atitude "o molho secreto da América".
Delegações de ambos os países voltam a encontrar-se esta sexta-feira, tendo planeadas três sessões à porta fechada.