Notícia
Pessimismo dos americanos sobre retoma deixa Trump em "piores lençóis"
Um estudo para o FT mostra que os eleitores norte-americanos estão mais receosos quanto a uma deterioração da pandemia e mais pessimistas quanto a uma recuperação económica célere. Com a taxa de aprovação em queda e a 10 pontos de Biden, nunca a reeleição de Donald Trump esteve tão ameaçada.
A gestão presidencial da crise pandémica e a perspetiva de uma crise económica severa ameaçam "fazer a cama" de Donald Trump e inviabilizar a reeleição do presidente dos Estados Unidos
De acordo com o estudo de opinião da Fundação Peter G Peterson para o Financial Times, 49% dos eleitores norte-americanos admitiram temer que a pandemia assuma ainda maiores proporções nas respetivas comunidades ao longo do próximo mês. Este valor comporta uma enorme degradação das perspetivas dos cidadãos, pois há um mês apenas 35% temiam tal degradação.
Mas além de anteciparem uma deterioração da pandemia nos Estados Unidos, mostram-se mais pessimistas quanto à recuperação económica. Somente 37% dos inquiridos disse acreditar que a maior economia mundial estaria totalmente recuperada no espaço de um ano, valor que representa uma descida face aos 42% observados no mês passado.
Já aqueles que projetam ser preciso mais de um ano para assegurar a retoma económica ascendeu de 58% em junho para 63% em julho.
O FT refere ainda que o reforço do pessimismo deu-se de forma mais acentuada no sul e leste do território norte-americano, em especial nos estados onde é maior o crescimento de novos casos de covid-19 desde o desconfinamento iniciado a partir de maio.
Este indicador é particularmente nefasto para as possibilidades de reeleição de Trump na medida em que o magnata nova-iorquino pretendia chegar às eleições de 3 de novembro apresentando a gestão da economia como o seu principal trunfo. A quebra económica, e em particular o aumento do desemprego, resultante das medidas de contenção da pandemia ameaçam estragar os planos da atual administração norte-americana.
Trump incapaz de recuperar
Esta segunda-feira foi também atualizado o barómetro Gallup, mostrando que a taxa de aprovação do presidente permanece nos 38%, inalterada face ao passado mês, e que dista pouco do mínimo de 35% registado por Trump em 2017. Configura ainda uma relevante descida relativamente à aprovação de 48% obtida em maio (valor que permitiu a Trump empatar o máximo desde que assumiu os destinos da Casa Branca).
Este estudo Gallup reitera também a noção de que nunca a política e sociedade norte-americanas estiveram tão polarizadas. Trump beneficia do apoio de 91% dos eleitores republicanos consultados e de apenas 2% dos inquiridos democratas, sendo que esta diferença de 89 pontos percentuais é a maior alguma vez registada pela Gallup.
Gestão da pandemia beneficia Biden
Por outro lado, o candidato presidencial democrata, Joe Biden, tem vindo a afirmar-se como favorito e beneficia já de uma confortável vantagem sobre Trump em torno dos 10 pontos percentuais.
No final de junho, a média de sondagens calculada pela Rear Clear Politics atribuía nove pontos percentuais de vantagem a Biden sobre o candidato incumbente.
Todavia, essa diferença poderá estar a agravar-se. Um estudo de opinião da Monmouth University, divulgada no domingo pela CNN, dava 53% das intenções de voto ao antigo vice-presidente de Barack Obama e 41% ao candidato do Partido Republicano. As sondagens conhecidas já durante o presente mês de junho também atribuem uma vantagem superior a dois dígitos favorável Biden.
Tanto as intenções de voto como os índices de aprovação de Trump apresentam uma tendência de queda nas últimas semanas, penalizando a gestão da crise sanitária feita pelo presidente assim como a forma como lidou com o caso do assassinato de George Floyd pela polícia.
Esta tendência é sobretudo visível nos estados do sul e leste onde o surto da covid-19 surgiu com maior severidade. É o caso de estados como o Texas, Florida, Arixona ou Georgia – Trump bateu Hillary Clinton em todos eles nas presidenciais de 2016.
De acordo com o estudo de opinião da Fundação Peter G Peterson para o Financial Times, 49% dos eleitores norte-americanos admitiram temer que a pandemia assuma ainda maiores proporções nas respetivas comunidades ao longo do próximo mês. Este valor comporta uma enorme degradação das perspetivas dos cidadãos, pois há um mês apenas 35% temiam tal degradação.
Já aqueles que projetam ser preciso mais de um ano para assegurar a retoma económica ascendeu de 58% em junho para 63% em julho.
O FT refere ainda que o reforço do pessimismo deu-se de forma mais acentuada no sul e leste do território norte-americano, em especial nos estados onde é maior o crescimento de novos casos de covid-19 desde o desconfinamento iniciado a partir de maio.
Este indicador é particularmente nefasto para as possibilidades de reeleição de Trump na medida em que o magnata nova-iorquino pretendia chegar às eleições de 3 de novembro apresentando a gestão da economia como o seu principal trunfo. A quebra económica, e em particular o aumento do desemprego, resultante das medidas de contenção da pandemia ameaçam estragar os planos da atual administração norte-americana.
49%
Metade dos norte-americanos teme que a pandemia assuma ainda maiores proporções nas respetivas comunidades ao longo do próximo mês
Trump incapaz de recuperar
Esta segunda-feira foi também atualizado o barómetro Gallup, mostrando que a taxa de aprovação do presidente permanece nos 38%, inalterada face ao passado mês, e que dista pouco do mínimo de 35% registado por Trump em 2017. Configura ainda uma relevante descida relativamente à aprovação de 48% obtida em maio (valor que permitiu a Trump empatar o máximo desde que assumiu os destinos da Casa Branca).
Este estudo Gallup reitera também a noção de que nunca a política e sociedade norte-americanas estiveram tão polarizadas. Trump beneficia do apoio de 91% dos eleitores republicanos consultados e de apenas 2% dos inquiridos democratas, sendo que esta diferença de 89 pontos percentuais é a maior alguma vez registada pela Gallup.
38%
Taxa de aprovação de Donald Trump está perto do mínimo histórico de 2017
Gestão da pandemia beneficia Biden
Por outro lado, o candidato presidencial democrata, Joe Biden, tem vindo a afirmar-se como favorito e beneficia já de uma confortável vantagem sobre Trump em torno dos 10 pontos percentuais.
No final de junho, a média de sondagens calculada pela Rear Clear Politics atribuía nove pontos percentuais de vantagem a Biden sobre o candidato incumbente.
Todavia, essa diferença poderá estar a agravar-se. Um estudo de opinião da Monmouth University, divulgada no domingo pela CNN, dava 53% das intenções de voto ao antigo vice-presidente de Barack Obama e 41% ao candidato do Partido Republicano. As sondagens conhecidas já durante o presente mês de junho também atribuem uma vantagem superior a dois dígitos favorável Biden.
Tanto as intenções de voto como os índices de aprovação de Trump apresentam uma tendência de queda nas últimas semanas, penalizando a gestão da crise sanitária feita pelo presidente assim como a forma como lidou com o caso do assassinato de George Floyd pela polícia.
Esta tendência é sobretudo visível nos estados do sul e leste onde o surto da covid-19 surgiu com maior severidade. É o caso de estados como o Texas, Florida, Arixona ou Georgia – Trump bateu Hillary Clinton em todos eles nas presidenciais de 2016.